Dê o nome
que quiser a sua loucura e ela não será loucura mais. Adjetive o que você sente e dominará o que se passa por dentro. Loucuras com nomes não são
loucuras. São problemas, síndromes, laudos, esquisitices. E aqui, eu me
pergunto: Qual será a síndrome das nights?
O fato é
que todos que ali estão esperam algo de extraordinário acontecer a qualquer
momento. É como se algo de grandioso e transcedental fosse pairar sobre aqueles seres e transformar
uma noite comum em uma noite inesquecível. Estão todos atentos olhando para os
lados, para cima, para direita e para esquerda. A qualquer momento, algo mágico
vai acontecer. Aquela noite vai ser incrível.
E aí, a gente volta para casa. Eu nunca vou
entender porque a gente continua voltando para a casa com tanta expectativa no
peito. Querendo o espetacular. Querendo rir até comprimir o diafragma e
beber até o corpo flutuar nas nuvens do céu. Querendo ser a diva da festa.
Querendo ser a diva de alguém. Querendo voltar de mãos dadas com um sujeito que
não estava lá. Querendo o 100%.
Por que as
pessoas querem tanto? Esperam tanto? Planejam tanto? Hoje eu acordei sem esperar
nada. Sem pretender nada. Acordei em um quarto diferente, em uma cama
diferente, sem a minha escova de cabelo e sem o meu batom. Sob novas
perspectivas, peguei a minha bolsa e andei.
Andei sem destino, sem mapas e previsões. Contra o vento e sem documento. Eu flertei com o inesperado, fiquei de caso com o acaso, rasguei aquele roteiro e desenhei um só para mim. Eu estava sem ter aonde encostar e quem culpar. Estava sozinha, completamente sozinha, mas incrivelmente feliz.
Foi então que eu me dei conta: O simples fato de poder respirar em paz com a vista privilegiada do Rio de Janeiro, já se fazia extraordinário naquela manhã.