quinta-feira, 29 de março de 2012

No strings attached


“No strings attached is the new black”. Amizade colorida nunca foi pauta de tanto filme quanto nos ultimos três anos. Vamos colocar Mila Kunis para romancear com Timberlake. E por que não Natalie Portman com Kutcher? Não quero analisar os filmes em si, apenas falar da nova tendência que grita aos nossos olhos: Amizade colorida entre Homem e Mulher. Será que funciona?

Em primeiro lugar, eu tenho uma teoria: Amizade de homem e mulher só funciona pra valer se ambas as partes não sentirem atração física uma pela outra. Eu confesso: Meus melhores amigos são os mais feios do universo. E é por isso que estamos aí há uns 15 anos na estrada. (Nessa parte, minha mãe vai dizer: “Minha filha, quando você morrer, vai precisar de um caixão para o corpo e outro para sua língua. Você é terrível.” - Piadinha mórbida, mas sempre em voga na família).

Acho impraticável ter como amigo um Ashton Kutcher da vida e dizer que é só amizade e NADA mais. Como nada mais? Os amigos de verdade não podem ser atraentes um para o outro. Senão a amizade evolui. E é aqui que quero chegar.

Os filmes que eu citei, para quem não conhece, trazem à tona em seus enredos, personagens que se envolvem inicialmente apenas pelo físico. Sem sentimentos, sem vontade de progredir para uma relação mais séria, sem romantismo, sem paixão. Sem nada. No máximo, uma certa “amizade”. Em um mundo que corre feroz numa velocidade de 3.500 km por hora, as pessoas não têm tempo mais para desenvolver nada muito profundo. Nos relacionamentos atuais, só dá tempo de conhecer a marca do relógio, da cueca, o tipo de sutian que usa, se a bunda é mole, se o peito é caído e se tem pegada. É isso. Fazer bonito. Ter performace "digna". O que você desenvolve no fim das contas, é o relatório final: “Puts, ele manda bem. Mas o outro mandava melhor, viu?”

Sinceramente, acho isso uma pobreza. Mas não sou hipócrita, longe de mim. Pelo contrário, eu acho que a superficialidade é muito necessária à sobrevivência da espécie. Ninguém merece ser profundo e intenso 24 horas por dia. Pessoas assim se tornam altamente cansativas. Clarice Lispector com certeza teve surtos existenciais de depressões brabíssimas. E não venha me dizer o contrário! Ceder a alguns impulsos sem culpa é super hiper mega necessário para a saúde mental de um indivíduo. O problema é quando a superficialidade vira a regra e não a exceção.

Acho que essas histórias de Holywood tem revelado uma tendência meio mundial dos jovens de se relacionar. Tá tudo muito moderninho, muito legalizado, muito à vontade. Peraí. Tá mesmo?

Claro que no final dos filmes, o Kutcher se apaixona pela Natalie e o Justin pela Mila. Deliciosamente previsível, como a cinderela que ganhou sapatinho de cristal e carruagem. Mas e na vida real, quando o seu Kutcher não se apaixona por você? Você sustenta o lance? Ou vai virar abóbora da meia noite? 

Aposto que a média das mulheres chora e volta para casa transformada na própria abóbora da meia noite. E aí, filhote, não vai ter frase de Caio Fernando de Abreu que te salve da fossa.

Esses filmes, mais uma vez, são um tiro no coração de qualquer mulher mais sensível. Transmitem uma ideia de que o liberalismo é a melhor opção, impulsiona as mulheres a viver “tudo que há para viver”, mas, ao mesmo tempo, deixa aquela pontinha cruel de esperança no melhor estilo: “Ah... Mas isso vai virar amor...Vai ser lindo como foi com a Natalie Portman. No começo, só físico. Depois, a amizade com benefícios vai evoluir para um romance. Tenho certeza. Aposto todas as minhas fichas nesse final feliz.”

Para dar certo nesse tipo de relacionamento, a mulher tem que ter um perfil mais “eu sei aproveitar o presente e não tô nem aí para o futuro da relação, eu não sinto culpa nenhuma por ceder ao prazer do momento e não me envolvo fácil”.

Além disso, a mulher tem que ser do tipo que não alimenta expectativas e cobrancas em um relacionamento. Obviamente, esse estilo é raríssimo. O mais comum é que a mulher fique ansiosa, surte e envie 359 torpedos pro cara, exigindo doses contínuas de atenção por parte dele. Se você não tem o perfil, gata, nem invente.

Você não vai ser a próxima Mila Kunis. Para de idealizar. Se quer ceder, beleza, ceda. Mas tenha em mente o risco de a relação nunca ficar mais séria e esteja de acordo com esse risco. Alimentar falsas expectativas é se enganar com consciência plena de estar se enganando. Se quer dar uma chance à amizade colorida, experimente ter como aliados a leveza e a espontaneidade.


  
Me impressiona a capacidade das produtoras de filmes em ferrar com as mulheres desde mil novecentos e sempre. Vamos manter o foco, a capacidade de analisar a situação como ela se apresenta e compreender nossas características individuais e limites. Auto-conhecimento é fundamental. Se te fará bem, se permita com entusiasmo. Caso contrário, nem cogite. 

Praticar a honestidade e o bom senso com nós mesmos.
Essa é a única regra. Sempre.

segunda-feira, 26 de março de 2012

A equação do {Eu}

Eu sou eu quando escuto música, quando como brigadeiro de panela, quando coloco um chiclete de menta na boca, quando me revolto com injustiças, quando improviso, imagino e escrevo, quando leio e me perco nas páginas dos livros. Eu sou eu quando vou à praia e tomo água de coco, quando mergulho no mar, quando corro na esteira, quando dou risada de comprimir o diafragma, quando me enrolo nas minhas voltas mentais e invento cenas de dramas só para me distrair e sair da rotina.


Ufa. Pausa.

Respira.

E continuo.

Sou a união estável entre razão e coração e, por hora, não pretendo me separar de mim.
Eu sou Direito, eu sou arte, música, papel e lapiseira de grafite 0.9.

Eu sou economia, eu sou comunicação, eu sou medicina, eu sou eu. 
Eu não sou engenharia, não sou computação, não sou química, e definitivamente, não sou física.


Não sou comum, não sou manhã e não sou samba. Eu sou doida de pedra, sou madrugada de festa e sou meu ipod inteiro. Sou Adele. Sou Coldplay. Sou Foo fighters. Sou Rihanna. Sou John Mayer. Sou Hip Hop. Eu sou o verão de 40 graus. Sou a mulher de fases que inspirou a letra dos Raimundos. Sou apego e desapego. Se eu fosse uma figura de linguagem, eu certamente seria um paradoxo. Se eu fosse uma cor, eu seria branco-paz. Se eu fosse um personagem da Disney, eu seria a peixinha Dory do “Procurando o Nemo”. Se eu fosse uma palavra, eu seria “Justiça”. Se eu fosse uma bebida, eu seria um suco de abacaxi gelado e docinho. Ou um de melancia. Ou um guaraná. Na verdade, não consigo me decidir.


Eu sou tudo que eu amo. Eu não sou eu quando estou distante daquilo que acredito, quando me sinto esvaziada de ideologias, valores e sentimentos; quando me vejo longe de quem eu amo. Eu não sou eu quando sou incoerente comigo mesma, quando me vejo fora de mim e não encontro sentido no que faço. E aí, a minha equação do {eu} subitamente se transforma em uma equação do des-eu: Eu = {  }.


Eu não vim para existir, eu vim para viver. Eu não vim para me acomodar, eu vim para realizar. Eu não vim para me aprisionar, eu vim voar. Se não for para ser sincero, eu prefiro então que se afaste. Eu não pretendo que seja eterno, eu só quero que seja verdadeiro. Deixo de lado o medíocre e trago intensidade à minha alma. Eu vivo para ser. Eu preciso ser para viver.

domingo, 25 de março de 2012

Borboletas do Jardim

Todo mundo já ouviu aquela máxima do Mario Quintana: “O segredo não é correr atrás das borboletas, é cuidar do jardim para que elas venham ate você.” Essa frase pode ser muito linda para pôr em adesivo de carro, mas e na prática, Quintanão? Cuidar do jardim= atrair borboletas, certo?
Que simplicidade cartesiana. Vejo muitas pessoas cuidando dos seus jardins diariamente e, ainda assim, atraindo uma enxurrada de lavras. Ora, francamente...


Essa frase é tão enganosa quanto a foto do cabelo sedoso da Grazi na campanha da L’oreal. Tão enganosa quanto o shampoo Kolene - eu já usei para comprovar que é produto vagabundo. (Calma, eu só me empolguei na brincadeira. Aviso logo que gosto muito de Mário Quintana, antes que os fãs do escritor grudem chicletes nos meus fios capilares e me condenem a ser apedrejada em praça pública).

Vou te dizer: Eu estou cansada de frases bonitas na teoria, porém, de aplicação prática inviável. Isso anda tãaao frequente.... Abro meu facebook e encontro aquela porrada de frase inspiradora, a la “ Caio Fernando Abreu”, “ Martha Medeiros”, “Clarice Lispector” e etc.. Sim, a frase é linda. Mas você consegue encaixá-la na dinâmica da prática, campeão?

Porque se a teoria não der as mãos à prática, meu amigo...
De nada adiantará sua beleza. A teoria sem a prática é um oceano raso de palavras soltas.


Vamos voltar a analisar a frase do mestre Quintana. Com a primeira parte eu concordo em gênero, número e grau: “O segredo não é correr atrás das borboletas.” - Sim, não é novidade para ninguém que quanto mais corremos atrás das borboletas, mais longe ficamos delas. Se Maomé não vai à montanha, o máximo que a montanha pode fazer é adicionar Maomé no facebook. E Maomé que se vire depois. (Caso tenha interesse na montanha, é claro).

Agora vamos à segunda parte: “O segredo é cuidar do jardim para que as borboletas venham até você.”
Pudera que bastasse cuidar do jardim! Vou te contar um segredo, Mario: O maior segredo é que não há segredo algum. As borboletas não são chegadas a obedecer ditames lógicos. Não existe simplicidade. Não basta essa história de cuidar do jardim para que tudo dê certo. As borboletas são instáveis, temperamentais, malucas, estranhas e incompreensíveis. As borboletas são homens.



É lógico que precisamos nos cuidar sempre, tanto fisicamente quanto psicologicamente. E é lógico também que se a gente cuidar do nosso jardim, as nossas chances de aumentar a auto-estima e a felicidade, sobem em progressões geométricas.Entretanto, não é lógico que desse modo, iremos garantir o pouso de trilhões de borboletas encantadas com coroas de grinalda em volta de nossos jardins. A única coisa que garantiremos, é que nosso jardim fique mais alegre, bonito e com mais vida.


Quantas vezes você já viu um casal composto por uma bela borboleta e uma lavra em fim de carreira? Pois é. O fato é que o coração não obedece muito essa história de lógica.
Eu, lindo, empreendedor e cérebro de ouro + você, musa do verão e doutoranda em psicologia = Amor eterno. Não é assim que funciona, meu bem. Cuidar do jardim é necessário, e é o primeiro passo para tudo. Mas entenda, felizmente ou (in)felizmente, não é o único passo.



Então o que posso fazer para atrair borboletas? (Você deve estar se perguntando por aí...)


E eu te respondo: Nada. Apenas seja você mesmo e tenha fé. Experimente o prazer único de ser você. Com tudo de melhor e de pior que houver aí dentro. O amor gosta de imperfeições e magnetismo. Ele vai pousar no seu jardim por puro magnetismo pessoal, sinceridade e conjunção cósmica estrelar. Ou seja: Não tente correr atrás de explicações científicas, fórmulas prontas e frases feitas.

A borboleta não tem razões lógicas para ir até o seu jardim; mas ainda assim, algo de lindo e misterioso ela vai encontrar para querer permanecer em seu terreno. Sendo assim, não cuide do seu jardim na esperança de que desse modo você vá atrair borboletas coloridas. Cuide do seu jardim por você, cuide porque isso te fará sentir melhor, e não como um processo vital e indispensável à lei da atração. Lembre-se: As borboletas não amam pela lógica e não costumam obedecer leis. Se eu pudesse dar um conselho para alguém nessa vida, o meu conselho seria: Seja você mesmo.

E assim, eu vou dando os meus passos no escuro. Acertando daqui, fazendo besteira de lá. Mas sempre sendo exatamente quem eu sou, com orgulho de acreditar no que eu acredito, e torcendo todos os dias para que os meus caminhos se cruzem em outros caminhos e produzam boas doses de vitória.



((Só não sei dizer em qual parte do meu trajeto, o meu vôo vai voltar de Nova York para o Malvino Salvador falar que me ama, mas isso é apenas um detalhe. Vamos ter fé)).















terça-feira, 20 de março de 2012

A louca das 2:00 da manhã

Já é 1:30 da manhã e eu não consigo dormir. Ótimo. Perfeito. Lindo. Me revezo entre 15 posições diferentes, na esperança de encontrar alguma confortável. Não dá. É mais forte do que eu. Mil pensamentos invadem meu cérebro. Ah, não. Eu não acredito, Olívia. Você estava tão bem. Tão em paz, tão fria, tão decidida, tão leve, divertida. Por que esse idiota desse coração resolveu fazer bullying com seu cérebro justo agora? Demita ele do cargo, por favor. Cara, justo agora que eu preciso acordar tão cedo amanhã. Isso não está acontecendo. É a TPM, tenho certeza.

Levanto. A situação fica caótica quando coloco o décimo bis branco na boca sem fome alguma. Eu sou tão equilibrada, tão serena e lógica, mas às vezes, uma prima minha assume o comando. E a minha prima é louca. Maluca varrida! Completamente diferente de mim. Mas ela insiste em querer ser eu, pelo menos duas vezes ao mês. Quem autorizou? Quando a minha prima assume o comando, eu fico perigosa.

Cadê meu celular? Ainda meio inconsciente e tonta de cansada, pego o maldito para checar. Não, eu não recebi mensagens novas, exceto a mensagem daquele paraíba  tosquíssimo que me adicionou no facebook semana passada. Porra, por que? Por que? Não consigo entender essa zoada que a vida me dá. Vida, vou deixar claro para você: O paraíba é cafona, grudento e fala errado. Entendeu? Eu não quero ele. Jamais posso estar ao lado de alguém que fala “para mim fazer”e usa sunga com tênis. Isso não tem cabimento.
É óbvio que o paraíba estava apaixonado. Aquela mensagem cheia de erros gramaticais não deixava esconder seu interesse. Mas aquele cara era psyco. Eu tenho certeza que ele se apaixonaria até pela gravação do shopping Center. A máquina diria: “Boas compras e divirta-se”. Ele retrucaria: “Que voz linda, eu só me divertiria com você. Me dá seu telefone pra MIM te ligar mais tarde.”
Nããão. Isso é um pesadelo. Olívia, a vida tá de sacanagem com você. Entra agora no facebook, gata.
Não, eu não quero entrar no facebook. Não quero fuçar aquilo que não deveria pertencer aos meus pensamentos mais. Ai, como eu odeio essa vida moderna às vezes... Descobrimos tudo com um simples “touch” – e tem coisas que prefiro não descobrir. Mas a minha prima.... Aaaah... Essa quer descobrir. Por que eu não sou eu mais nesse momento? Ok, entrei em guerra com a minha prima e ela ganhou. Mas só deixei ela ganhar porque a TPM me abala, entendam...
Entro no facebook, eu preciso saber tudo. Mas por que? O que eu vou descobrir de tão relevante? Nem eu mesma sei. Só sei que eu preciso. Que papo de neurótico e drogado, eu sei, mas lá vou eu me atirar no terreno das investigações. Todos os detalhes são importantes para eu formar minha opinião. Talvez se eu tivesse a mesma dedicação investigatória do facebook no trabalho, eu já estaria milionária.  Penso e rio comigo mesma.
Nada. Nada importante! Eu já sabia. E agora? Eu to com saudades e não deveria. Que inapropriado! Estava fria e decidida: Não iria mais sentir saudades da peste, afinal, já tinha decidido que aquilo não se encaixava mais para mim, que aquilo não tinha mais nada a ver. Cadê minha coerência? Já sei. A minha coerência foi visitar o planeta perdido das Xuxinhas de cabelo. E o pior: A minha coerência está junto com esse ridículo no planeta das Xuxinhas de cabelo. O que pode ter em comum entre xuxinhas de cabelo e um cara? Simples: Os dois somem de você justo quando você mais precisa.
Meu deus, ele nem é tão interessante assim, você tá louca? (Não sou eu que estou louca, é a minha prima, caracolis. Amanhã você retoma ao seu corpo e ri disso tudo, gata-garota, beleza-marota.)
Pra falar a verdade, já achei um monte de defeito nele, sabia?  Sou um pouco boa nisso. Das unhas encravadas até os fios de cabelo. Então por que essa agonia? Vou te falar: Porque eu senti afinidade, cumplicidade e, sendo mais brega do que o paraíba psyco: Porque eu senti uma parceria única ali. "Garota, você falou tudo no passado, percebe?" - Dizia o meu cérebro chato . E eu respondia: Passado é passado. Lance é lance. Romance é romance. Pente é o pente. Porra, que diálogo burro. Pronto, eu estava louca de vez!
Comecei a rir e depois a chorar. A insanidade tomava conta de mim! Uma coisa que eu amo em mim, é que eu choro e faço piada para me animar e rir de novo. Tipo assim, sou bem legal comigo mesma, saca? Mas por que raios isso? TPM ou minha prima? Não sei responder, sei que eu estou à flor da pele. Apelei para o meu kit de recordações e decidi ler tudo que era do passado. Péssima estratégia. Agora eu tava mais a flor do que a pele.
Depois de guardar tudo de volta na gaveta, resolvi pensar porque fazia isso. Simples: Porque eu sou maluca de pedra. Porque eu tenho mais pânico do tédio do que de ser atropelada por uma van. Porque metade de mim é lógica e coerência, e a outra metade é intensidade. E porque aquilo me provocava alguma coisa. Não suporto pessoas mornas, que não provoquem nada em mim.
Então, já estava tudo bem de novo. E fiz as pazes com a minha doideira.


Eu só fiz aquilo porque odeio o tédio. Foi por mim. Me enche de tequila, vodka pura e cachaça, mas, por favor, não me dê nenhuma dose de tédio. É tudo que eu peco. Sei que esse tédio vai ser preenchido em um curto espaço de tempo.


Producao, me vê um champagne e um vôo com destino à Barcelona.
Vou sonhar com Javier Bardem. Combina mais comigo. 


domingo, 18 de março de 2012

O paradoxo do (des)compromisso

Vivemos sufocados dia-a-dia pela obrigacao de sermos os melhores estudantes, os melhores no trabalho, os melhores namorados, os melhores maridos/mulheres e os melhores qualquer-coisa. Não é novidade para ninguém que o mercado está cada vez mais competitivo. Precisaremos lutar contra inúmeros dragões para vencer essa concorrência e ganhar algum reconhecimento.


Mas e aí? Depois que se formar, vai fazer pós em que? E o doutorado? PHD? E os cursos fora do Brasil, já pensou nisso?
Como se não bastasse a pressão gerada pelo mercado de trabalho, temos que ir à academia todo dia e malhar até cair no chão. Olha as pernas da Sabrina Sato, a bunda da mulher-fruta, o braco do Victor Belfort... Você tem certeza que não vai malhar? Então pode se preparar para a selecao natural Darwiniana, meu caro. Te adianto que você vai perder, mais uma vez, para a nossa querida amiga  concorrência.

Você já marcou dermatologista para ver essa pele? E o lazer moderno que promete exterminar celulites e estrias? Super-lancamento-2012.2, não acredito que você ainda não agendou o seu. O seu cabelo tá horrível, ressecado... Parece até uma vassoura! Já agendou hidratacao?

Diante da opressão gerada por essas cobrancas tão cruéis, nos tornamos seres completamente auto-centrados. Somos filhos de uma sociedade que nos deixou os seguintes legados: “Em primeiro lugar você, em segundo lugar você, em terceiro lugar você e foda-se o resto.” “Terminou o namoro, gata? A fila anda, compra aquele vestidinho preto indefectível e vamos arrasar na night!” – Então tudo é simples demais. Você é lerdo, você não aprende, vou repetir: A fila tem que andar, trouxa.
Ao meu ver, o processo de desumanizacao anda meio constante. A gente sai pelas ruas, se fantasia de super herói e esquece o coracao em casa. Os príncipes encantados se escondem porque estão oprimidos por essa mesma sociedade que você vive. Não é culpa sua, não é culpa deles. Porém, acho que no dia em que esse tal de principe chegar, ele vai me encontrar maluca, bebendo ácool de cozinha e aos beijos com o sapo. E ai dele se reclamar. Se esse danado ousar a reclamar, vai ouvir: “Ninguém mandou demorar tanto, ridículo.”

Brincadeiras à parte, descobri um imenso paradoxo nessa história toda: Quanto mais nos sufocamos pelas exigências contínuas da sociedade e nos transformamos em seres egocêntricos, frios e desalmados, mais necessitamos de um colo, um abraco, um beijo e um refúgio. O fato é que, justamente por vivermos dentro dessa roda furiosa que gira e nos engole diariamente, desejamos uma válvula de escape. A gente nunca admite isso. Somos fortes demais, estamos bem com os “peguetes”, não estamos? Qual o problema em ser moderno? Pra que se envolver com alguém?

Nas redes sociais, lemos infinitas pessoas postando: “Em um relacionamento sério com o curso de Direito, casado com a Medicina” e por aí vai. Parece piada, mas é um pouco triste, não acham?Sempre pensamos que o compromisso nos consome demais. Pra que arranjar uma mala/chiclete no nosso pé? Fala sério, já temos muitas preocupacoes....Qual o problema em pensar assim?

O problema é que tudo que você queria depois de uma rotina exaustiva e estressante, era encontrar alguém para te dar um abraco, te transmitir paz, e dizer que vai dar tudo certo com os seus compromissos e que você não está sozinho. Você precisava de alguém para te apoiar, inventar guerra de travesseiro, ver aquele filme maneiro na TV com pipocas & edredom, fazer piadas idiotas só para ver você rir e, como num passe de mágica, mandar os problemas pro beleléu.


 O paradoxo do compromisso é exatamente esse: Você se sente profundamente feliz por não ter ninguém no seu pé, afinal, com tantos afazeres, era natural que não tivesse tempo disponível para se comprometer, você está bem consigo mesmo e adora se sentir livre para ficar com quantos(as) quiser; mas você só não sabe por que vive angustiado e em tantos altos e baixos. O paradoxo consiste no fato de você não ter tempo, aparentemente não querer ter tempo, mas, ainda assim, sentir falta do tempo que não tem.


Confessa: Um dia você se sente o tal pegador da night, come 3 e enche o ego. Mas quando acorda e o efeito do álcool etílico evapora, você se sente vazio, deprimido, angustiado e completamente sozinho.


Esse é o paradoxo do compromisso. Ou descompromisso. (Como preferir)


quinta-feira, 15 de março de 2012

Sorvete, mãos dadas & torpedos

Um dos maiores dramas mexicanos dos relacionamentos amorosos, é que a gente parte do pressuposto que gostar tem parâmetros universais. Semana passada, me vi naquela situação básica de “amiga tamagoshi” de relacionamento alheio. Os dois são meus amigos e os dois vieram desabafar sobre os problemas comigo. (Péssima situação e não recomendo para ninguém). A amiga tamagoshi entra igual elefante branco no meio da problemática do casal e depois nem pode fazer aquela fofoca básica, porque os dois pedem que o papo fique em sigilo.

Pedir sigilo para mulher é o mesmo que pedir pra ela atravessar o oceano num barco de papel. Sim, honey, t-o-d-a-s são fofoqueiras. Apenas uns 2% mantém promessas de segredo.

Antes de prosseguir, necessito confessar que estou entre os 2%. Enfim. Vamos voltar para o “causo”. O fato é que, numa sexta-feira à noite, toca o meu telefone, atendo. Pronto, é a Marina.
 – “Amiiiiiiga! Caraca, to muito mal.. O Rodrigo ignorou todas as minhas mensagens. To achando ele super frio comigo, sabe? Distante. Como se nem gostasse de mim! Poxa, hoje a gente faz 1 mês de namoro. Pode parecer meio pré-primário, mas eu queria que ele fosse mais fofo. Me chamasse pra sei lá, tomar um sorvete e ir ao cinema. Mas não. Sabe pra onde ele me chama? Pra comer pizza com ele e o irmão de 7 anos e jogar vídeo-game. Super romântico, né? Ele é muito esquisito, acho que não gosta muito de mim não. Quando a gente anda, ele nem me dá a mão direito.”
Após um longo desabafo, toca novamente o meu telefone.... Não preciso dizer que era o Rodrigo, preciso?

- “E aí, blz? Ta podendo falar? Cara, a Marina tá estranha. Eu pergunto o que aconteceu, e ela insiste em dizer que não é nada. Pior que não consigo lembrar de nada errado que eu tenha feito! Pelo contrário, eu sou sempre tão atencioso com ela... Semana passada o avô dela ficou doente, fui direto pro hospital e fiquei lá dando maior apoio. Essa semana pensei nela todos os dias, mas estava tão puxado no trabalho e na faculdade, que mal tive tempo de respirar. E aí, para não deixar de vê-la, chamei ela pra comer pizza aqui em casa. Tava muito cansado, mas fiz esse esforço! Tá ligada que o Toninho se amarra nela, né? Ele ficou todo felizão mostrando os jogos novos de vídeo-game que ganhou...”

Imaginou a situacao? Ok. E o que temos em comum nelas? Concepções completamente diferentes do que seja “gostar” de alguém. A Marina valoriza demonstrações românticas de carinho, tipo sorvete, flor, mensagens de texto e cinema. E aí, ela concluiu como que em uma equação matemática: “Ele não me levou pra tomar sorvete, não respondeu mensagem e não me deu flor? Ele não me ama.” Mas peraí. O Rodrigo ODEIA celular e ODEIA responder mensagem de texto.  Segundo suas confissões, algumas mensagens da namorada, não eram passíveis de resposta, porque eram “retóricas.” (Sim, essa também foi novidade para mim, gata-garota beleza-marota).
A mensagem era algo do tipo: “Ai amor, minha aula ta um saco!!!!! E pra completar, minha escova molhou toda na chuva!” Nas palavras do meu amigo, ele “não tem criatividade para responder esse tipo de mensagem de desabafo”. Ele lê, pensa algumas coisas, mas não responde. Não por descaso, não porque ele não goste dela. Simplesmente por não saber o que responder.
Além do mais, ele já me confessou que sua muito nas mãos, por isso, sente vergonha de ficar de mãos dadas por muito tempo.

Para o Rodrigo, não é necessário ficar mandando torpedos bonitinhos para demonstrar o que sente. Basta pensar nela e mostrar que está ao seu lado em todos os momentos. Sejam eles bons (como uma pizza em família), sejam eles ruins (como a doenca do seu avô materno).

Ele achou que o clima “pizza & família” fosse ser um máximo. Enquanto isso, a Marina preferia cinema & sorvete. A Marina gosta de receber mensagens e declarações inesperadas, ela sonha com o dia que vai receber um buquê. Acho digno. Porém, o Rodrigo não sabe escrever o que sente, não nasceu com vocação para “Don Juan” e definitivamente detesta “nhem-nhem-nhem".

O Rodrigo sonha com o dia que a Marina vai ser mais “parceira” e fechar aquela trilha maneira que ele planejou pro meio de julho. Porra, como ela não acha cachoeira o ápice do romantismo?
Vai entender.....
Aqui é que os problemas começam. Cada um construiu para si, símbolos do que significa amar alguém.  Pode ter sido por conta dos filmes de cinema que marcaram, da vivência familiar, ou  mesmo da própria personalidade. O fato é que nem sempre os dois valorizam os mesmos gestos, agem da mesma maneira e demonstram o que sentem de formas idênticas.

É esse descompasso que faz a gente pensar: “Ele não gosta de mim. Que merda, vou atar fogo às vestes nesse mundo tão cruel" (Hahaha, só para não perder a piada). Mas será que não dá para reconhecer o jeito de amar de outra pessoa, só por que ele é muito diferente do seu? Ta aí um desafio (se não for o maior) para o progresso de qualquer relacao.

Portanto, relaxa na bica antes de chorar e protagonizar "Maria do Bairro" por aí. Deixe a Maria do Bairro para o Carlos_Daniel_Medina_Maia_da_Fonseca_Pereira_Passos. Novela mexicana é pros fracos. Pode comecar a dar risada da sua situacao. Não há necessidade de tanto drama. Nunca há.

Pense nisso.


segunda-feira, 12 de março de 2012

The same old story

Às vezes eu tenho vontade de fazer psicologia só para entender certas bizarrices que se passam na mente humana. Uma delas, é o fato da gente sempre se atrair pelo mesmo tipo de pessoa. Não estou falando aqui de características físicas, não importa se é moreno, alto, baixo, loiro, bonito, feio, inteligente. O tipo ao qual me refiro, diz respeito à personalidade da “fera”. Sim, refiro-me ao tipo psicológico propriamente dito. Por que sempre que conheco alguém diferente, tenho  aquela velha sensacao de que estou em um filme sessão da tarde que já assisti pelo menos 5 vezes, (tipo um lagoa azul da vida) cujo final eu posso adivinhar em menos de meia hora de TV?


Não sei responder isso e provavelmente, nem Freud sabe. Tudo o que eu aprendi, foi a reconhecer alguns tipos. Minha mãe já dizia: “Procure conhecer um inimigo antes da luta e só assim, poderá ter chances de vencê-lo.” Acho que a idéia é mais ou menos essa. Conhecam o inimigo, reconhecam suas armas e aprendam a lutar com ele.

Vou descrever os 3 tipos mais famosos da nossa “base inimiga” e o jeito que encontrei de lidar com cada um deles ao longo do tempo:


1)       “Homem lerdo” – Esse é o nosso querido “homem banana” (opa, talvez nem tão querido assim). Ele é aquele que te enrola igual brigadeiro na panela, só porque não tem atitude e seguranca de macho o suficiente para chegar em você. Vocês passam 1 ano e meio só trocando mensagem de texto e se comunicando em chat de facebook. Ridículo. Não dá, o danado é mais devagar que trêm enguicado na estacao "Mercadão de Madureira". Essa espécie é o alvo das mulheres mandonas. Aquelas que adoram se sentir poderosas e no controle da situacao. Normalmente, essas “gatas” procuram os bananas para se envolver e viver um relacionamento super cool, aonde ele é o capacho que satisfaz os caprichos e ela, a dama de copas autoritária. Arrisco dizer que é como em um quebra-cabeca, no qual cada um é uma peca que se encaixa na outra por um feixe maluco de “neuroses”. Não me atraio por esse tipo de homem e me orgulho disso. Detesto homem que não sabe como agir e que você precisa falar: “Oi, então, vamo pro cinema???” Acho que não existem muitas instrucoes para lidar com essa espécie, é só soltar o instinto de mulher mandona, que a relacao vai pra frente com tudo. E o banana agradece a preferência.



2)    “Homem cafajeste” – É aqui que mora o perigo. 99% das mulheres estão desesperadas, nesse exato momento, por conta de algum homem dessa espécie mundialmente conhecida. E por que ele arrasa essa multidão de coracões? Simples, porque ele sabe alternar entre dois polos opostos: O bom moco atencioso e carinhoso, que só falta te dar um ramalhete de flores no domingo a noite, e o salafrário vagabundo que ignorou todas as suas mensagens, te deixou esperando e foi para uma night “zoar”com os amigos. É justamente essa alternância de comportamentos, que faz a mulher perder a cabeca. “Oh, ele sumiu ontem, mas hoje foi tão fofo... Tadinho, ele pode ter sido sincero!”
O fato é que ninguém encarna melhor que o “Cafa”, o equilíbrio entre ser fofo e ser cachorro. Provavelmente, você já se viu na pele de um ser desses e sabe do que eu estou falando. Tem mulher que só se atrai por esse estilo, e aí, colega, nem Freud explica. Arriscaria algumas teorias, mas acho que todo mundo se interessa mais pela prática. E aí? O que fazer quando você se vê “in love” por um desses? Diria que o primeiro passo é adotar a fórmula vaca + johnnie walker, ou seja: CAGAR & ANDAR. Essa espécie de homem só não foi extinta, porque as mulheres não sabem cortá-los e impor limites.
A partir do momento em que ele te ligar 2 da manhã bêbado e você não atender, talvez ele fique encucado. A partir do momento em que você deixá-lo no vácuo quando ele enviar uma mensagem a chamando pra sair, talvez ele queira insistir um pouco mais. O negócio, é que a situacao é extremamente cômoda para o garoto: Ele te vê quando está afim de te ver, porque sabe que você tá pagando de cocotinha perdidona. E é muito fácil para ele se distanciar dos sentimentos quando existem amigos, trabalho, faculdade e cerveja.
Enquanto o cara vai curtindo o “free style of life”, a mulher vai se desesperando. Nesse desespero, ela alterna diariamente entre lógicas e coerências diferentes. Pode ser até que ele reconheca que você é especial, gata, tem seu valor, e é ótima companhia para os finais de semana, mas se você não souber jogar com ele e ser inteligente, jamais poderá domá-lo e ir adiante. Essa é a única verdade. Não atenda o telefone, joga para escanteio mesmo, sem medo. Se ele tiver desenvolvido algum carinho verdadeiro, vai correr atrás algumas vezes.

3)        “Homem de Atitude – O metralhadora” – Ele te vê em uma festa, consegue o seu telefone misteriosamente e te liga no dia seguinte: “Oi, gostei de você. Vai fazer o que hoje?” – você, meio perturbada com a situacao inusitada, diz que ainda não sabe direito. E aí, ele continua: “Ah, então vamos jantar amanhã. Passo aí as 21, ta? Beijos” – Ok, o metralhadora acabou de decidir o seu destino amanhã. E você foi refém dele. Por um minuto, foi como se ele tivesse encarnado no Harry Potter e feito o feitico "Wingardium liviosa" em você.  Com tanta seguranca e atitude, como você negaria o convite? Essa é uma espécie perigosa, que atrai mais da metade da populacao feminina. A vantagem dele em relacao ao homem cafa, é que ele não precisa “montar” a situacao e te enganar entre comportamentos dúbios. Ele é sincero, direto, decidido e seguro. Enquanto o cafajeste te prende em pontos de interrogacao e monta a situacao com arma de plástico, o homem de atitude se joga na situacao com uma metralhadora nas mãos. Salve-se quem puder. O perigo para lidar com esse tipo, é que ele é seguro demais. E na cabeca dele, se você não quiser, outras vão querer. Aceite alguns convites e recuse outros. Não deixe o ego dele prevalecer. Conceder alguma dose de inseguranca para a metralhadora, é sempre um bom caminho.



E aí, se identificou com algum desses tipos? Não precisa me contar: Eu sei que você se viu, pela quarta vez consecutiva, atraída por algum desses complicadíssimos seres humanos. (Depois dizem que mulher que é a complicada. A-ham, senta lá, Claudia!) E eu sei também que você está se perguntando, nesse exato minuto, sobre como agir com algum deles. It’s always the same old story.

sexta-feira, 9 de março de 2012

O Ray Ban de grau e o short de cintura alta



A imagem de um bando de garotas invadindo o Pilotis da PUC, os bares da zona sul e as festas cariocas com seus shorts jeans de cinturinha alta e imensos óculos de grau Ray ban estilo “sou-culti-e-in” em um formato “cool & style” já estão cansando a minha beleza.

Afinal, o que pretende aquela vasta multidão da faculdade e da porta das boates? Ser original?
Agora o “cool” é parecer alternativo. Não importa se você realmente gosta desse estilo, não importa se você nunca se vestiu dessa maneira antes, porque o legal agora é ser assim e pontofinal. Acho bom que você se enquadre nisso e compre essas pecas. E lá vamos nós, ficar obcecados pelos objetos retrôs, batons vermelhos e shorts altos. Vamos fingir de conta que o nosso estilo é despojado. Fingir, fingir e fingir. Aquelas meninas passam cerca de 3 horas e meia se arrumando para fingir. Para forjar um estilo que não lhe é próprio, natural e muuuito menos original.

Veja bem: Não estou dizendo que não me importo com a moda, que não gosto de batom vermelho e short de cintura alta (embora eu realmente deteste aquele Ray ban de grau que cobre a cara toda). Eu acho que se vestir bem é importante. Acho que se sentir bonita e elegante é fundamental. O que estou querendo criticar aqui, é justamente a falta de estilo próprio e personalidade. É seguir uma tendência por seguir. É ser sem ser. Entende? Essas garotas (em sua esmagadora maioria) são sem ser. Saem de casa esquecendo a personalidade no armário. O que importa é forçar a imagem e se padronizar com uniformes idênticos e cristalizados naquele manual da mulher maravilha. Mas a mulher maravilha, ao tentar atingir o status de mulher maravilha, coloca uma lente de aumento na impressão que vai causar ao olhar alheio. E ao se petrificar nesse incessante compromisso, ela se esquece que na busca pela perfeição, corre o risco de perder a própria essência. Afinal, será que é tão ruim assim se admitir humano e imperfeito? Alguns perderam o próprio prazer de ser "de verdade". 

Benditos sejam os que fogem do comum, se aventuram, lançam modas, misturam pecas, cores e criam o seu próprio estilo de acordo com a sua personalidade e com a sua essência, sem medo de errar. A maneira com a qual a gente se veste, é a maneira que expressamos o nosso “eu-interior”. ((Dane-se, fui brega mesmo.)) 
O que eu abomino, é a falta de eu-interior. É a clareza em se anular para seguir os outros.

Por que será que só o que encontramos para ler nas revistas é: “Seque a barriga, perca 15 kgs em 7 dias e adquira acessórios imperdíveis”? Será que vou ser obrigada a conviver com esse vazio noite e dia? As pessoas não têm mais nada de legal a nos dizer, nada de interessante a nos acrescentar. Se perderam no óculos, no batom vermelho e na procura pela medida perfeita. (Quase uma música do D2!!!)

Entro em um site da internet, e só o que aquele espacinho tem a me dizer, é como eu posso emagrecer, perder a fome, perder a barriga, perder o culote, perder a cintura, perder a perna, o braço... E....

Perder a alma.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Isso não é amor

Aquele cidadão parecia mesmo apaixonado. Escrevia e-mails que te faziam derreter mais do que calda de chocolate no verão, mandava mensagens de texto que te colocavam aquele sorrisinho ridículo no canto da boca (e é exatamente nesse momento que você deve parar, respirar 12345 vezes e pensar: “agora fudeu tudo, gata”) e telefonava só para ouvir a sua voz. Nos momentos em que vocês estavam juntos, o mundo podia vir abaixo num enorme tsunami, que você continuaria estampando aquela exuberante -e inocente- felicidade de cocotinha perdidona de 15 anos.

Dane-se se Osama Bin Laden estiver vivo e planejando um próximo ataque aos “Estates.” Dane-se se aquela sua professora mala te passou uma porrada de texto para ler. Dane-se tudo. Por um segundo, o mundo parecia estar imune a qualquer desgraça.

Como você é mulher, é esperta, é malandra, descolada e também “bandida”, você sabe muito bem que homem é igual vírus da AIDS. Qualquer tentativa de se vacinar é em vão. O vírus é mutante. Naquele momento, por mais que você estivesse com medo de se envolver de novo, você já estava envolvida. Irreversível. O fato é que quando rola química e afinidade, temos praticamente tudo para nos deixar envolver. Porque eu acredito que a química e a afinidade são duas características que não mudam com o tempo. Um bom “encaixe” e uma boa dose de afinidade são para sempre. Pense nos seus amigos que você passa 12 anos sem ver, e quando encontra, tem a mais verdadeira sensação de que nada mudou. O que faz isso? Resposta rápida e óbvia: Afinidade.

Seu conto de fadas (para não dizer conto de “falhas”) parecia perfeito. Afinidade, química, paixonite e outros adjetivos “mulherzinha” começavam a fazer parte do seu dia-a-dia. Até que....... Até que o seu príncipe virou um belo de um sapo e foi pro brejo. Do nada, mudou de atitude, ficou frio, distante e sem interesse. E aí? Que porra você pode esperar da vida quando uma merda dessa acontece? (Só falando nesses termos, minha gente)


Não era falsidade do príncipe. O problema é que ele estava movido pelo desafio que você representava, pelo mistério que ele ali encontrou. E você, por algum motivo, parou de representar um desafio. Acho que alguns homens carregam aquele espírito de desbravar terras desconhecidas, de conquistar o impossível, de ganhar um jogo de xadrez. É como se o desafio da conquista estivesse para o seu ex-príncipe, assim como um aminoácido está para um receptor de RNA, saca? 

Mas não se preocupa, porque isso não é amor. Isso é síndrome de jogador. É síndrome de quem não sabe amar pelo amor. O que faz a gente amar alguém? Nada. Nas palavras de Jabour: “Ama-se justamente pelo que o amor tem de indefinível”. Você vai ficar maluca se comecar a tentar explicar o porquê de sentir o que sente. Mas de uma coisa eu sei: O amor verdadeiro não está atrelado aos artifícios ardilosos de alcançar um desafio.

Também existem muitas pessoas que juram que amam, que choram como se um pedaço de si tivesse se partido no momento do término, mas, na verdade, essas pessoas não amam. Elas reclamam que não conseguem se desprender de alguém, porque não querem se desprender da lembrança de uma boa época que foi vivida, porque querem guardar uma pessoa como se guarda um souvenir. É uma espécie de carência, incapacidade de ficar a sós e um apego excessivo, como se o outro fizesse parte de você. Mas não faz. O amor pode ter terminado, mas a sensação de posse permanece. Isso é o engraçado das pessoas. O amor passa a ser confundido com um sentimento de posse, e este passa a representar um valor inestimável na vida da pessoa.

Sugiro que antes de gritar aos sete ventos que ama loucamente alguém, você coloque a mão na cabeça e pense se, na realidade, você não ama a sua verdade inventada.


segunda-feira, 5 de março de 2012

Papo cueca na praia

Sábado de sol, Rio 40 graus, Olívia Black deitada na cadeirinha da praia. Estava super na minha, curtindo aquela tranqüilidade à beira-mar, ouvindo meu bom e velho ipod,quando avisto um grupo de 4 caras rindo compulsivamente e conversando mais alto que o som da minha música. Curiosa que sou, tirei o volume do ipod e resolvi me concentrar no papo.

Para a minha surpresa, o assunto dos caras era traição. Sim, aquele velho e polêmico assunto de sempre, a grande assombração de todos que vivem em uma relação estável.

A primeira figura que meus olhos filmaram, foi um cara de tipo 1 metro e meio de altura, completamente tatuado e mais bombado que Arnold Schwarzenegger. Com certeza o sujeitinho tinha certeza que estava dominando geral. Ele era o tipo do homem rebolativo, sabe? Aquela espécie rara (porém, infelizmente, ainda não em extinção) que encarna o próprio Jacaré do “É o tchan” quando toca “ai, se eu te pego” e começa a fazer um rebolation "pras-mina-pirá." Tosco. Depois, meus olhos se conectaram em alguma coisinha melhor. Era um moreno de tipo 25 anos, 1,80 de altura, estilo surfistinha e com charme e borogodó para dar e vender. (Aposto que o colega bombadão compraria aquele charme por 1.000 reais, se de fato estivesse à venda.)


A terceira figura era um cara já mais velho, de seus 40 anos. Provavelmente, o tiozão da galera. E, por fim, havia um moleque de uns 22 anos. (Pelo que eu entendi, o cara já tinha trocado de curso três vezes.)

Vou contar mais ou menos como foi o diálogo dos “parceiros” e fazer um paralelo com as minhas opiniões femininas sobre cada uma:

-> O surfista bonitão: “Po broder, tá foda. Você tá ligado que eu gosto pra caralho da Camilinha, né? Mas não dá. A gente já tá junto há 6 meses já, po! Tem que dar uma variada no cardápio.”

Uau! Já tem 6 meses? Quase casaram então... Bom, minha opinião pra esse tipo de justificativa é simples: Será que o bonitão iria entender se a mulher dele quisesse “dar uma variada no cardápio” também? Não, né. Provavelmente seu machismo iria recriminá-la e taxá-la como uma piranha desclassificada. Mas ele, o “todo-poderoso-rei-das-mulheres”,é homem e tem esse tipo de necessidade... Tadinho, vamos entender... Meu querido, se o seu cérebro de minhoca embriagada não desenvolveu a capacidade de ter um relacionamento sério e respeitar uma mulher, por que não arruma uma “amizade colorida”? Assim, você poderia gostar “pra caralho”dela, mas não teria o compromisso em ser fiel. Machista babaca.

-> O moleque de 22 anos: “Cara, comigo foi diferente. Eu só trai porque fui fazer o intercâmbio, né moleque? Aí é outra parada. 2 meses fora e pan.... Varri geral.. Mas a Lele neeem desconfia! Ela acha que sou um santo, nem tocou na possibilidade de eu ter pego alguém. Hahahahahaha”

A ocasião faz o ladrão, né, bonitinho? Será que você também assaltaria o caixa de um supermercado se soubesse que nunca iria ser descoberto? Nesses casos de intercâmbio longo, eu acho leviano que o casal não sente para conversar e abrir o jogo sobre o problema. Sei lá, vai que a menina acharia tranqüilo ele ficar com umas lá e ela com outros aqui? Vai saber... Cada um tem a sua postura, mas acho muito escroto esse pacto hipócrita que os dois fizeram: “Você faz de conta que não me traiu e eu finjo que acredito”. Alguns relacionamentos da atualidade são banhados por alta dose de hipocrisia. Não consigo achar que essa Lele seja tão otária assim. Ela foi corna e consentiu.

--> O quarentão barrigudo: “Porra, e eu??? Casado há 10 anos! Depois que a minha mulher teve filho, ficou gorda pra caralho. Bunda metralhada, caidassa.Não dá. Não sinto mais tesão. Eu traio, mas eu ainda amo ela. O carinho fica, né?”

Meu filho, você já pensou em ser franco e dizer isso para sua mulher? Você acha que ela prefere ser traída ou fazer uma dieta? 99% das mulheres preferem emagrecer a ser cornas, eu te garanto. Não vem justificar a traição com a sua falta de atitude e covardia em expor o problema!

--> O bombadão rebolativo (eca): “Maluco, eu já tenho um outro raciocínio. Eu traio primeiro, antes que a minha namorada me traia, sacou? Tu acha que a Mariana não me mete o chifre? Ela é toda gata, gostosa.. Tenho certeza que deve dar uns moles pros carinhas da academia. Aí eu já traio ela primeiro, né. Hahaha”

Confesso que esse argumento foge totalmente à minha capacidade de compreensão. Fiquei horas tentando psicanalisar esse sujeito. A minha conclusão foi que o cérebro desse ser é o mesmo de uma ostra em coma. E a auto-estima dele dele é minúscula, provavelmente do tamanho de seu membro inferior. Só isso a comentar.


Não quero pagar de moralista, mas essa é a minha opinião. Sempre fui criada com base em valores como respeito e lealdade. Se não quer namorar, arranja umas peguetes, rolos e amizades coloridas. Come on, não estamos mais em 1920, já dispomos dessas alternativas. Para mim, traicao não é apenas uma questão de trair a pessoa ao seu lado. Quem trai, trai primeiro a si mesmo. Afinal, se você não consegue ser coerente com aquilo que pensa e sente, do que adianta o resto?


Pronto. Que comecem as críticas e o meu bullying.




sábado, 3 de março de 2012

Contrato com o Nonsense

Quando eu converso com alguém em uma mesa de bar, tenho a mais pura certeza de que naquele espaço físico não existem apenas 2 pessoas, mas sim, 6.
Sim, porque existe eu da forma como eu me vejo, existe eu da forma como essa pessoa me vê, e existe também, uma tentativa minha de ser aquilo que esperam que eu seja. Da mesma forma, meu amigo também é 3 em 1. (Totalizando 6 pessoas e não apenas 2.) Acontece que a forma com a qual você próprio se enxerga pode ser bem diferente da forma com a qual os outros te enxergam e, como se esse drama não bastasse, você ainda precisa cumprir o papel de ser aquele bendito super herói que esperam que você seja.

Não concorda? Hm... Aposto que quando você lançou na mesa do jantar o papo que queria fazer vestibular para artes cênicas, os seus pais já olharam torto, com ar de reprovação. Meu filho, o que é isso? Você tem que ser engenheiro, economista, advogado, médico e dentista. Também aposto todas as minhas fichas que tooodas as suas amigas desaprovaram aquele seu ex-namorado gordinho. Aquele que não tinha lá muita vocação para modelo, se vestia de um jeito meio largado, era baixista de banda de rock e sonhava em ser artista. E eu conheço o discurso, não precisa me contar! Elas diziam: “Amiga, você é muito para ele!” Ah, então quer dizer que o que faz uma pessoa ser muito ou pouco para a outra, são seus atributos físicos? Que futilidade, meu senhor.

E aí, quando você finalmente decidiu que iria apostar em comunicação e ser um grande cineasta, aquela sua tia gorda não poupou saliva: “O mercado é muuuuuuuuito difícil.... Você não vai se dar bem não... Muito arriscado!” E aí, nesse momento, você ficou super para baixo, se sentindo o mais fracassado dos mortais, correto? Errado! As pessoas só tem o poder de te deixar para baixo se você consente com isso. E se você consentiu, meu caro, eu lhe digo: Não deveria. Não deveria ter feito isso de jeito nenhum. Deixa essa gorda para lá. Ela é mais ultrapassada do que aquele seu jeans velho que você parcelou em 10 vezes sem juros, porque no verão de 2001 era a moda do momento. Você devia ter enchido o pulmão e retrucado: “O mercado pode ser ruim, mas eu sou ótimo! Eu vou chegar fazendo esse mercado tremer, titia”. O bom-humor é o melhor remédio contra os frustrados.

Mas eu não quero mais falar da sua tia gorda, porque não era esse o assunto. Estávamos falando sobre até onde você deixa as pessoas viverem a sua vida. Eu acho isso o cúmulo, sabia? Como se não bastasse a sociedade querer fazer de você uma Barbie de plástico e dizer quantos quilos você tem que pesar, qual a roupa você tem que vestir e como você tem que se portar, eles agora vem dar o mapa que você tem que seguir para ser bem-sucedido e feliz? Ah, me poupe. Rasgue esse mapa agora e desenhe o seu. Olhe bem para você. Olhe para dentro de você. E agora, me diz, qual é a sua vocação? Se você acha que tem mais charme que a Gisele Bundchen, que o seu corpo nasceu para ser exibido em uma passarela e que o seu jeito de andar é cativante, marque o seu book amanhã e corra atrás. Agora, se você tem certeza que nasceu para o mundo da moda, para ser uma grande estilista, o que está esperando para comecar a ralar e ganhar uma bolsa para estudar em Nova York? Abrace as suas próprias causas com paixão e determinação. Se jogue. Realize-se. Invista naquilo que sabe que tem maior potencial. A  vocação é uma das únicas salvacoes individuais que eu conheco. Não deixe que ninguém viva a sua vida por você. Os grandes também já foram pequenos um dia. Ou você acha que Brad Pitt sempre foi um astro? E lembre-se: Sua tia é gorda, tem uma bunda cheia de buraco (no popular, celulite) e, provavelmente, é frustrada no casamento. Você vai mesmo continuar deixando ela ditar as regras do que faz sentido na sua vida?

Afinal, quem é o protagonista dessa história, acha que ainda é você? Ou será que você acabou virando um personagem secundário dentro do próprio enredo, engolido pela feroz missão de satisfazer os desejos alheios?
Para mim, essa coisa da gente deixar que vivam pela gente, é o maior Nonsense da vida. Devolva-se a você mesmo enquanto é tempo. Tudo que eu sei , é que eu não assinei contrato com esse nonsense e não concordo com nenhuma de suas cláusulas.
Eu só quero que você tenha o prazer de ser você mesmo (ou não) e exijo a liberdade de ser eu mesma (ou sim)!

sexta-feira, 2 de março de 2012

Piriguetes incoerentes: Fuja dessa espécie.

Existem muuitos tipos de mulheres. As românticas incuráveis, que são aquelas que sonham com o dia em que o tal do príncipe encantado irá salvá-las com bravura de toda a selvageria existente nesse mundo. As mulheres amigas, que são aquelas que têm a nata vocação para se tornar melhor amiga de qualquer cara que se aproxima - essa vira parceira, sai para tomar cerveja e falar merda com os caras - e, em menos de 24 horas, já está formada a "parceria". Existem também as mais  marrentas, que são aquelas que parecem trazer no olhar um aviso de: “perigo, não ouse a se aproximar, babaca”. E, por fim, (e não menos importante), existem as piriguetes. Que são as que eu pretendo abordar com vocês nesse post.

Dentro desse grupo de piriguetes, existem duas classificações: As piriguetes coerentes e as piriguetes incoerentes. As piriguetes coerentes são aquelas que sabem ser piriguetes, meu bem. São coerentes com a própria piriguetagem. Elas utilizam de toda sua sensualidade para se jogar pelas noites afora e não estão nem aí se o cara vai ligar ou não no dia seguinte. Não estão nem aí com o que os outros vão pensar ou comentar. Talvez dêem números falsos ou não se preocupem em anotar o do carinha na agenda do celular. São aquelas que se sentem donas de si e não estão atrás de romance, e sim, de prazer e diversão momentânea. Nada de drama. Nada de choro. Nada de sentimento. Nada de arrependimento. Elas estão bem resolvidas com isso.  As piriguetes coerentes sabem exatamente que não querem nada além de uma noite para fazer história. Uma piriguete desse tipo pode, ou não, dar pinta de piriguete. Não falo aqui de aparência, mas sim, de atitude. Essas, eu não critico, meu caro. Como eu disse: Elas ao menos têm a dignidade de saber ser coerente com a própria piriguetagem. Um dom.

Agora, o grupo que eu abomino, repito a-b-o-m-i-n-o, é o das piriguetes incoerentes. Essas também se jogam nas noites, também fazem o gênero: “eu-só-quero-me-divertir-na-night” e também utilizam de seu poder de sedução para cair nas graças dos "chicos". Aparentemente, ela é super bem resolvida com isso, só quer diversão, e o desejo de romancear passa longe de seus planos.
Ledo engano. Essa espécie de piriguete veste o abadá do chiclete com banana, canta a todo pulmão a música: “Eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também” e faz que é perita em sexo sem compromisso. Ledo engano novamente. Se tem um assunto no qual essa mulher é perita, é em fazer merda e depois se arrepender. O fato é que essa mulher não sabe ser piriguete. (Ou você achou mesmo que era fácil ser piriguete?!)


 Ela sai por aí travestida de poderosa e depois chora. E aí? Bom... E aí ela liga pra 325 amigas mais próximas para esculachar o cara. Diz que ele foi um escroto, que não deu a atenção que ela merecia, que não soube a tratar com carinho... E mais: É a PRIMEIRA a dizer que o mundo está perdido, que não sabe por qual razão os valores da sociedade se perderam igual  pó de mico no ar. Incoerência pouca é bobagem. Fala sério, se quer fazer, assuma a atitude. Não vá chorar pelos cantos culpando os outros. A gente se conhece, há pelo menos 20 anos. Tempo suficiente para compreender nossos limites e saber o que nos fará sentir bem e o que nos fará sentir mal.
Não dá para ignorar o fato de que a maneira com a qual você se impõe é diretamente proporcional ao tratamento que você irá receber.

quinta-feira, 1 de março de 2012

A síndrome de sherlock Holmes: Um tiro no pé

Estava conversando com um amigo meu recentemente e ele me contou um caso curioso. Quase antropológico. Disse que havia conhecido uma tal de Juliana* numa night “muito doida”. Depois de terem ficado naquele dia, ficaram mais umas duas ou três vezes em eventos aleatórios. Até que....... Bom... Até que nunca mais ficaram. Esse final a gente já conhece.
A garota ficou transtornada, passou a bombardear o celular do menino com mensagens do tipo: “cadê vc??? O que vai fazer hoje? O que vai fazer amanha??? Pq sumiu?? Saudades!!!” O nosso garoto da história ignorou todas as mensagens, mas a fúria da Juliana parecia arrebatadora. Todos nós aqui sabemos que se o homem quer ter paz, é mais fácil dar um tiro na mulher do que a ignorar. Esse é o golpe mais insuportável para todas.

A nossa história não acabou. Meia noite. Sexta-feira. Festa. Juliana e João Pedro. Como o Rio de Janeiro é um ovo, (ou a zona sul é um ovo, mas enfim, não importa), estava na cara que iriam acabar se cruzando novamente. E não deu outra. Lá para as tantas da noite, a melhor amiga da “Juju”veio tirar satisfação com João Pedro. Questionou a respeito de seu sumico, quis saber o porquê dele não ter procurado a amiga mais. Disse que sabia que ele não prestava!

João Pedro, então, não teve saídas... Estava refém de uma mulher. Só lhe restava a verdade: “A Juliana,  não faz muito o meu tipo não, fiquei poucas vezes só e não quis mais. Sei lá, ela tá meio acima do peso”.

Pronto. Era a verdade que Juliana queria. Ou não era? A verdade ela teve. A verdade nua e crua: Ela não fazia o tipo dele, ele queria só pegar.
E aí, eu me pergunto: Por que mulher tem essa síndrome de Sherlock Holmes? Por que ela queria tanto entender o motivo do sumico? Veja bem... Tudo o que temos, são os fatos: Ele sumiu, ponto. Saber que uma pessoa ignora todas as suas mensagens já é evidência demais para constatar que está cagando e andando. Mas as mulheres querem mais. Mulher que é mulher quer ir até o fim, quer ter certeza, quer investigar, quer mergulhar. Mulher que é mulher cisma com um cara e lê os recados que ele recebeu no facebook antes dele próprio ter lido. E quando a mulher cisma, ela quer até a ficha criminal.  Mulher que é mulher é........ trouxa.

A Juliana do nosso enredo precisou ouvir que estava gorda para entender o recado: Ele não te quer. Alou, seu cérebro está fora da área de cobertura ou desligado? Ju, amiga, ele não te quer. Mas qual a dificuldade de entender o recado através dos sinais? Uma negativa de resposta, já é, por si só, uma resposta. Ignorar já o suficiente para sacar que o cara não tá afim.
Mulheres, nós não precisamos nos imbuir de espírito de detetives e entrar aonde ninguém mais entrou: Nas profundezas (ou não!) dos pensamentos masculinos. Não vamos disperdicar nossa energia e sentimento com besteira. Entenda: Se ele ficou estranho, parou de te procurar, cortou contato, é porque ele não quer. E não importa o porquê. Dane-se o porquê. Tudo o que temos, são os fatos. Se para você, saber que um homem não te quer, não é o suficiente..... O que mais é suficiente?
Desista, de uma vez por todas, de querer adentrar nesse tortuoso terreno da compreensão, e só assim, você terá alguma paz.





Ps.: Nomes alterados para preservar a intimidade dos personagens.