Eu odeio esse lugar fechado, apertado, enclausurado e cheio de gente vestida com roupa curta e embalada a vácuo. Eu odeio gente que quer parecer ser o que tem. Que tem sem ser. Povo que quer ser um músculo, um carro, um camarote e um drink. “Gata, tô de camarote, quer ir pra lá com as suas amigas? Tudo liberadasso” – Não. Eu não quero. Eu quero voar em cima do seu pescoço e pedir pra você me deixar em paz.
Eu estou aqui dentro, são quinze para as duas e eu quero gritar: “Porra, alguém me tira daqui!!!!!!!” - Mas não faço nada disso, apenas rebolo, como se eu fosse mais uma ovelha idiota do rebanho feliz, ao som de algum Hip Hop bombadão do momento.
E é como se o diabo me filmasse para eu saber, pra sempre, o quanto me traio pra nunca e jamais sucumbir ao meu próprio jeito de ser. Rebolo pra dar de presente ao mundo minha presença, ainda que nem eu possa senti-la nessas horas. Rebolo para dar um tapa na cara do playboyzinho abusado que nunca vai me ver no camarote.
Rebolo porque talvez rebolar seja isso.
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
sábado, 1 de setembro de 2012
Zen talento
Farta de conviver com pessoas zens praticantes de yoga, resolvi me render.
Dizem que renova o espírito e salva a alma, né? Péssima ideia. Definitivamente.
Cheguei na sala de aula e a professora nem olhou na minha cara, porque tava
preocupada em manter a energia da sala equilibrada. Terapia de cor, terapia de
incenso, terapia de lenço colorido. Eu sou meio cética nesse ponto. Por que o
roxo e o amarelo vão me dar alegria e me tornar mais focada? Muito suspeito.
Não dá não. Das minhas crenças energéticas, já me bastam as astrológicas. Mas
fingi que eu era uma pessoa altamente espiritualizada e sentei.
A professora mandou
todo mundo fazer a posição guerreiro III e eu comecei a ter um ataque de riso.
Guerreiro III? Automaticamente me lembrei da música do Jamil, praieiro,
guerreiro, solteeeeiro! Putz.. Aquilo não ia prestar. Depois, a rainha zen da sala de aula perguntou se eu tinha
boa flexibilidade e mandou eu fazer uma Krisna wakawaka. Enquanto isso, o resto
da turma ficava se exibindo em posição de rosquinha de padaria. Não havia mãos
e pés e braços. Tudo era uma coisa só. Medo. Muito medo.
Fui fazer a tal da Hare Krisna, só que me empolguei com o
pé e derrubei todas as velas no chão, além de rasgar um pedaço da cortina de
seda. Eu era um fracasso. Tô mais pra tomar remédio de hiperatividade e
ansiedade nervosa do que pra trabalhar no lado zen. Talvez remédio seja mais
eficaz.
O terceiro exercício era bem “simples”, a gente tinha que
fechar os olhos, deitar no colchão e pensar em coisas relaxantes. A mestra dava
as dicas: “Imaginem uma cachoeira linda e transparente, imaginem um verde paz e
um azul céu....” Eu abri o olho pra espiar a turma e todos pareciam estar bem
concentrados, só conseguia pensar: “Porra, será que tem alguém conseguindo
imaginar cachoeira? O máximo que eu consegui, foi focar no cara mais gato da
sala e me imaginar em uma cachoeira com ele. Não seria nada mal....
Último exercício: Todos tinham que abdicar de alguma coisa
material e jogar no lixo. Porque dessa vida não se leva nada, mas alma se
eleva. A oriental do meu lado jogou no lixo todas as roupas de marca do armário
e o fortão da minha frente jogou fora sua casa de búzios. E eu? Eu só pensava
em roubar o lixo do povo e sair correndo.
É... Eu era um desastre zen. E para completar o desastre,
saí da sala com as pernas doendo tanto e tremendo tanto, que derrubei a estátua
do Buda e tropecei na escadaria, caindo de bunda no chão. Tenho certeza que a
professora me achou uma alma perdida. De tanta vergonha que senti, saí
picadinha daquele local e me prometi nunca mais voltar.
Mas de uma coisa eu tive certeza: Estava mais viva e plena
do que nunca.
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Count on me, like 1,2,3
E, então, subitamente, a vida me
trouxe algo que nunca lutei para ter, nunca rezei para achar e nunca esperei um
dia encontrar...
Aí eu paro e penso, será que as coisas mais valiosas da vida são realmente aquelas que passamos dias e noites tendo certeza que são nossas pílulas para a felicidade? Ou são simplesmente aquelas em que os ventos bons nos trazem e que sem elas, sentido nenhum a vida faria mais?
Aí eu paro e penso, será que as coisas mais valiosas da vida são realmente aquelas que passamos dias e noites tendo certeza que são nossas pílulas para a felicidade? Ou são simplesmente aquelas em que os ventos bons nos trazem e que sem elas, sentido nenhum a vida faria mais?
Talvez as pessoas menosprezem o
poder da simplicidade e tenham ficado cegas de tanto procurar por algo que nem
elas mesmas sabem o significado, que nem elas mesmas sabem da onde vem ou
porque vem...
Junte um pouquinho do seu tempo
para caminhar com seu melhor amigo, em um sol quente, comprar leite condensado,
filmes e barrinhas de cereal. Dê risada com ele das coisas mais bestas e
retardadas que só vocês entendem e tenha bons, ótimos, excelentes e
inesquecíveis momentos juntos! Mas, por favor, reserve tempo.
Ser sozinho é ruim demais. Se isolar é ruim demais. Detesto quando eu noto que só tenho a mim. Sei lá. Mim é meio maluca e perdida. Se eu sou alguém nessa vida, eu sou por causa dos meus amigos. Eu me construí a partir de cada mania, de cada gíria e de cada pensamento dos meus melhores amigos. Eu me via em cada um deles. Ou, às vezes, não me via. Eu era parte do que eles eram e eu só podia me distinguir como ser humano porque tinha eles como parâmetro.
Todos eram um espelho para mim. Às vezes côncavos, às vezes convexos. (Perdão, Chicão, eu sei que posso estar falando merda nesse momento, mas não me culpe! Nunca aprendi espelhos com você, porque você era péssimo professor de física 3 - ou eu péssima aluna, mas o que importa é que sempre passei).
A cada dia que passa, eu valorizo mais os meus amigos. Meus amigos do maternal, do colégio, meus amigos da PUC, meus amigos só do Pilotis.... Ahhhhh.... Será que quando a gente vai ficando mais velha fica nostálgica assim mesmo? Parece que foi ontem que eu tava falsificando identidade para entrar nas boates da Califórnia. Com quase 18 anos. Quase.
Um bom amigo é capaz de tornar
qualquer rotina insuportável e massacrante em uma rotina alegre e gostosa. Meu período de maior crise na faculdade foi brindado com boas amizades por todos os lados. Meu período de pular de estágio para estágio de 6 em 6 meses foi presenteado por amigos que sentiam o mesmo, e partilhavam das mesmas angústias, choros, insegurancas e incertezas.
Em contrapartida, meu mais explosivo período de felicidade foi brindado com risadas inesquecíveis no pilotis. Desde fofocada baixo calão sobre piriguetis insolentes, até invencoes criativas e inusitadas de apelidos para a série inteira e para todas as pessoas que nós nem mesmo conhecíamos.
Amigo é bom demais. Amigo em uma frase? É sujeito que torna a furiosa roda da
vida, cheia de leveza e encantos.
Enjoy it :)
Enjoy it :)
terça-feira, 7 de agosto de 2012
Razão X Emoção
Meu
cérebro? Ele é um narrador de livro. Acho isso insuportável, mas eu simplesmente
não consigo parar. Desde que me entendo por cérebro, eu me narro tudo. O meu
narrador cerebral narra os pensamentos exatamente como em um livro, cheio de
detalhes, explicações didáticas e minúcias.
Fico pensando se todo mundo tem um cérebro
chato assim. Ele narra demais, detalha demais, analisa demais e joga tudo a mil
por hora na minha cabeça. E, para completar, ele é todo certinho e cheio de
dedos com os meus desejos. Da vontade de falar: “Cala a boca, sua mala. Me
deixa em paz!” E o pior de tudo é que ele tem um sádico prazer em me dizer: “Eu
te avisei que não ia prestar, mas você preferiu ouvir o seu coração... Nunca
mais me peça conselhos, você é teimosa igual um jumento.” Nessa hora, eu viro
minha própria filha. A menina de Maria Chiquinha, óculos e aparelho no dente,
que tinha medo das provas de matemática. - “Foi sem querer, eu sei que mandei
mal. Mas eu vou melhorar a postura e te escutar! Juro.” – “Faca o que quiser,
mas assumirá as consequências” – diz o sábio chato.
A menina de
aparelho até hoje manda um pouco em mim, por mais que eu nem seja tão novinha e
já tenha deixado o aparelho há tempos. Uma vez, levei minha cachorra no
veterinário e depois me tranquei no banheiro pra chorar, porque fiquei imaginando
que iam acontecer cenas horríveis lá dentro e que o veterinário ia voltar falando:
“Infelizmente, não há cura”. – Saí do banheiro firme e fazendo piada. A
secretária notou minha cara de choro e disse que não era nada demais, era só um
“caroçinho” e ele já havia extraído com sucesso. Eu apenas sorri, porque não
consegui me explicar. Eu ia explicar o que? “Desculpa, vivo em um teatro, sou
louca e dramática”. Acho que esse exemplo de dois anos atrás ilustra bem a
menina de aparelho. Ela quer fazer da vida um filme de Hollywood.
O sábio
chato é bem diferente dela. Ele já assistiu a todos os filmes de Hollywood que
essa menina vai fazer. Ele conhece os finais do filme e alerta para que ela
tome as melhores decisões. Aliás, ele sabe tudo de tudo. Não é só de cinema que
ele entende. Ele sabe de português, matemática, física, história, Direito
romano, Direito internacional, penal.... Na verdade, quando ele não sabe, ele
aprende bem rápido. Eu confio nele para me ensinar tudo. Nunca conheci ninguém
tão adulto, focado e maduro quanto esse cérebro. Desconfio que ele seja meu,
mas agradeço que ele esteja comigo. Por mais que ele seja inteligente, adulto e
maduro, ele não tem intuição nenhuma. A menininha tem. E quando ela sente
alguma coisa sem explicação, o sábio apenas pede: “Tudo bem. Vou concordar
dessa vez. Mas ande de mãos dadas comigo, você ainda não tem idade para
caminhar sozinha nessa estrada perigosa”.
O grande
problema na minha convivência comigo mesma é que meu cérebro é um sábio de 100
anos e o meu coração é uma menina de Maria Chiquinha de uns 12 anos. Percebe? A
relação deles já foi mais difícil, agora eles até estão andando de mãos dadas
na estrada e se gostando um pouquinho. Talvez por isso eu esteja mais calma e equilibrada.
É realmente complicado uma menininha fofa que está descobrindo a vida agora, se entender com um ancião de 100 anos que já viveu tudo. Por isso, considero árdua (apesar de possível) a tarefa de equilibrar razão e emoção.
É realmente complicado uma menininha fofa que está descobrindo a vida agora, se entender com um ancião de 100 anos que já viveu tudo. Por isso, considero árdua (apesar de possível) a tarefa de equilibrar razão e emoção.
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
Para Veneza, Com Amor
Tenho aversão
à normalidade excessiva. Tipo a minha vizinha Ritinha. Ela é tão..... Comum.
Casada, duas filhas, um cachorro e um marido. O cachorro dela poderia ser o
cachorro de qualquer outra pessoa e o marido dela poderia se passar pelo marido
de qualquer outra mulher do planeta. Eles vivem uma vida parecida com a vida de
qualquer brasileiro.
“Será que eu consigo te fazer sentir em Nárnia tipo para sempre?” – “Sei lá. Não é sempre. Mas quando eu não me sinto em Nárnia, eu me sinto em Veneza.” – “E por que Veneza?” – “Porque eu imagino a gente em um barquinho vendo lua, estrela e todas aquelas coisas.” – “Você prefere Veneza a Paris?” –“Nunca fui a Veneza, sua chata.” – “Então por que Veneza?” – “Porque eu acho que é romântico, dá licença?” – “Posso falar uma coisa?” – “Pode.” – “Promete que a gente nunca vai sair de Veneza? Tipo nunca, nunca, nunca?” – “Por que você é tão dramática e exagerada?” – “É o meu charme”. - “Prometo.”
A minha
loucura não é burocrática. E foi por isso que eu gostei de você. Eu gostava de
você porque a gente brincava de fingir que estava se conhecendo pela primeira
vez na festa. (Mesmo que a gente já se conhecesse há um ano). Eu queria que você me
conquistasse de novo, de novo e de novo. E toda hora. Até você dizer: “Chega de
brincar disso! Agora vamos inventar outra coisa?”
Quando eu
chegava em casa, você me mandava: “E aí, Marilenny, chegou viva?” – Marilenny
era o nome da mulher de um cantor de pagode e você não podia dormir sem antes
me zoar. Te odiei no dia que você me fez pagar o maior mico da minha vida. Você
me fez virar 3 tequilas e beber muita vodka. E eu subi no palco pra cantar um
sertanejo universitário com você. Eu sou tímida, seu ridículo! Você me fez
cantar na frente de todo mundo e aparecer em um vídeo. Sabe qual era a descrição
do vídeo que jogaram na internet? Eu te conto: “Dois fãs sobem no palco e
roubam cena.” Te odiei muito naquele dia. Você era fã daquela porcaria, eu não!
Mas, pensando bem, foi tão divertido... Talvez as melhores memórias estejam nas
maiores audácias. Talvez.
Nunca gostei
de você pelos livros que você leu, pelo seu terrível gosto musical, pelas suas
fotos assustadoras de perfil do facebook, ou pela sua paixão desenfreada por
carros. Eu ia além disso tudo. Eu ia além do que seus amigos pensavam que você
era. Um fanfarrão imbecil bom de bola que se confirmava em 250 eventos por
sábado. Você era mais. Você era estupidamente engraçado, ninja na arte de me inventar
surpresas e insuportavelmente carismático.
Eu não gostava
de você pelos motivos que as pessoas normais gostam das outras pessoas. Eu
gostava de você porque você era doce, manso e, ao mesmo tempo, tinha um olhar
de mau elemento. E esse olhar de mau elemento se acentuava depois de umas doses
de vodka, transformando-se em um tenebroso olhar de um psicótico. Mas tinha
charme. Eu gostava de você porque quando eu estava de TPM, você deixava
chocolates na porta do meu prédio. Ainda que fossem 2:15 da manhã. Aliás, o que
era 2:15 da manhã para dois loucos como nós?
Eu gostava de
você porque a sua energia era única e fazia parecer que a vida era mais divertida
e mais mágica. Eu gostava de você porque você era totalmente atrapalhado e desorganizado.
Um dia eu passei 32 minutos arrumando todo o seu carro e, na tentativa de te
tornar um cidadão mais centrado, te dei uma agenda. Aposto que você usou essa
agenda para desenhar carros. (Ferraris, provavelmente).
Eu mandava no som do seu carro e a gente berrava alto todas as músicas.
Nossa night começava ali. Quando não terminava no posto de gasolina bebendo milkshake.
Um dia você me falou que eu era uma garota completamente diferente de tudo que você
já tinha visto. Não sabia se era elogio ou não. Mas aí você me explicou: “É
porque você é doidinha, sensual e engraçada. E sei lá. Você me faz ter a sensação
de que estou em outra dimensão. Tipo no fantástico mundo de Nárnia." Eu nunca tinha
assistido “Nárnia”, mas encarei como um elogio.
“Será que eu consigo te fazer sentir em Nárnia tipo para sempre?” – “Sei lá. Não é sempre. Mas quando eu não me sinto em Nárnia, eu me sinto em Veneza.” – “E por que Veneza?” – “Porque eu imagino a gente em um barquinho vendo lua, estrela e todas aquelas coisas.” – “Você prefere Veneza a Paris?” –“Nunca fui a Veneza, sua chata.” – “Então por que Veneza?” – “Porque eu acho que é romântico, dá licença?” – “Posso falar uma coisa?” – “Pode.” – “Promete que a gente nunca vai sair de Veneza? Tipo nunca, nunca, nunca?” – “Por que você é tão dramática e exagerada?” – “É o meu charme”. - “Prometo.”
sábado, 4 de agosto de 2012
The devil uses Facebook
Eu olho
tanto meu celular, meu e-mail e meu facebook que já decorei todas as mensagens
que eu recebi de frente pra trás e de trás pra frente. Sim, eu tenho vontade de
jogar meu Iphone numa parede qualquer. E quebrar ele em mil pedacinhos. E me
libertar do mundo virtual.
O trânsito
está infernal, a praia está maravilhosa, eu estou jantando em um restaurante
fino e chique, minha sobremesa é deliciosa, eu sou foda e estou no centro
da cidade lecionando sobre Direito administrativo. Eu sou viciada em sapatos e
vou tirar uma foto da minha colecao para vocês. Eu # minha cabelereira # meu
cachorrinho # meu priminho. Bem vindo a mais um dia de facebook. AAAAAAHHHHHHH.
O que é isso, meu povo?! Eu me pergunto todo dia: O que está acontecendo com as
pessoas? (E eu juro que me incluo nessas pessoas. Não sou hipócrita!)
Depois de
psicanalisar um pouco essa questão, cheguei a algumas conclusões básicas: O
facebook é como uma revista de fofoca em que cada um de nós funciona como nosso
próprio paparazzi. E assim é bem melhor, porque só mostramos a nossa parte boa,
bonita e colorida. Só mostramos as melhores fotos, os momentos mais felizes e
como temos uma vida mágica e frequentamos lugares bacanas.
Digo mais:
O facebook e o Big Brother são bem parecidos. Em ambos, todo mundo sente o maravilhoso
gostinho dos “5 minutos de fama”. Experimentamos a glamurosa sensacao de estar
no foco das atencoes. É ali que passamos da categoria “pessoa anônima” para “pessoa
pública”. Todos nós agora viramos pessoas públicas e “notórias”. Será mesmo que
só artistas são pessoas públicas?
Fico me
perguntando qual é o próximo passo dessa sociedade. Sei lá, eu já li tanta
coisa bizarra naquela rede social, que não vou me surpreender se um dia abrir o
feed de notícias e encontrar: “@Estou casando na igreja agora! E o padre não
para de falar. Que saco! Estou muito feliz!” ou então: “ #Eu e meu marido na
lua de mel acordando. QUE noite, amor!”
Não basta
viver o momento e ser feliz, tem que mostrar que se está feliz. Não basta
conquistar um objetivo, todo mundo tem que saber que você conquistou esse
objetivo. Não basta ser, tem que convencer a todos de que você é.
Hoje eu
acordei odiando muito tudo isso. Eu sei, eu escrevo pra caralho ali e encontrei
naquela merda um espaco para expressar todo o meu lado artístico reprimido
pelas leis. Cuspo todas as minhas frases engracadinhas e todas as fotos
espontâneas e bonitinhas e legais da vida e depois tento ser séria e provocar
qualquer reflexão. Mas por que? Por que? Porque ninguém se basta. Carência,
desejo de ser notado, de ser reconhecido, de virar famosinho por 5 minutos e de
ser mais do que se é. Ego. Ego. Muito ego.
É tão chato
se vangloriar. É tão chato conviver com pessoas que se vangloriam toda hora.
Será que não dá para se assumir como humano, pelo menos uma vez na vida? Eu não
sei vocês, mas acordei com uma espinha
tipo um tiro no queixo, daquelas que eu não tinha desde os 16 anos de idade.
Além disso, queria ter ido a praia, mas acordei 14:30 e só fiz terminar de ler
dois livros que estavam na metade. Pronto. É isso. A vida não é uma fantasia
eterna todos os dias e uma folia de carnaval. Somos seres humanos normais, às
vezes entediantes, às vezes chatos, às vezes sem gracas. E daí?
Tira o tapete vermelho, producao. Eu não quero sambar na cara das pessoas diariamente
em cima dessa merda. A arrogância é um coracao de camisinha. Tire a sua.
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
Vida é arte
Para mim, tudo na vida
é arte. A maneira como você ama alguém, como se expressa, como caminha e como
fala. Arte é o seu sorriso, o seu olhar e o seu sonho. É aquilo em que você mais
acredita quando fecha os olhos para dormir. Arte é o jeito que você se veste.
Se vestir é mais do
que simplesmente comprar pecas de roupas. Sempre falei o quanto detesto pessoas
que fazem tipos. Meninas que são sem ser. Se vestir é, antes de tudo, assumir a
responsabilidade diária de comprar roupas que transmitam todo o seu ser. Sendo
assim, considero que moda é personalidade.
Hoje eu vim falar de
uma marca nova no mercado que me transmite arte: Seal Angel &Co. Se você
não conhece, eu faço questão de apresentá-la: http://www.sealangel.com.br/
Gosto da maneira como essa marca se coloca no mercado e interage com seu público. A fundadora da Seal Angel é, antes de tudo, uma apaixonada pelas artes. Se formou em administração, artes plásticas e artes cênicas. Sua moda praia é inspirada nos cenários da cidade maravilhosa e traduz-se em personalidade, consciência ambiental e bem estar.
Esse vestido captou incrivelmente a minha essência e a minha personalidade. Original, criativo, alegre, colorido, romântico e elegante sem deixar de lado a simplicidade. E é isso que eu mais gosto na moda.
Deixem a arte fluir e expressar um pouquinho de vocês. Tudo na vida é arte.
terça-feira, 31 de julho de 2012
Quero alma
Odeio ir a eventos que eu tenho que sorrir mais do que o Mickey Mouse que dá autógrafos
na Disney. Sorrir é ótimo quando é de verdade. Mas forçar sorrisos para um
monte de coroa de botox que exala falsidade é demais para mim. E sabe o pior? Quando
esse bando de coroa fútil está participando de festa beneficente, só para
aparecer na capa da revista do dia seguinte. Que merda de sociedade!
Ser
simpática é diferente de ser falsa. Sim, eu sou simpática. Mas não. Eu não
nasci para ser Mickey Mouse da Disneylândia. Não espere que eu vá dar uma
gargalhada escandalosa de algo que eu não achei engraçado ou disfarçar tecendo
elogios falsos a sua roupa e ao seu belíssimo cabelo. Se eu não gostar, eu não
vou falar. Não me cobre hipocrisia. Eu não sou mulher nesse aspecto. E não faço
questão alguma de ser.
Suas filhas
da mãe, parem de elogiar tudo, sorrir para tudo e fingir tudo. Admita que
aquela bolsa linda que você comprou é balaio. Sim, foi na 25 de marco, e daí? Admita
que tem estria e celulite e tudo o mais. Pior do que ter estria na bunda, é ter
estria na alma.
Sei lá. Não
sou e não quero ser perfeita. E eu não confio em pessoas perfeitas. Tenho medo
delas. Sorridentes demais, alegres demais, fofas demais, meigas demais,
carinhosas demais, bem humoradas demais. Pode ter certeza de que tem alguma
coisa errada nesses seres. Também não confio em nada que é me dado de graça.
Ah, é? Vou ganhar televisão, Iphone e DVD? Lorota. Nada é bom demais desse jeito.
De perto, ninguém é tão encantador assim... Ninguém! Pessoas têm defeitos e é
neles que você vai encontrar um charme pra suspirar e dizer: “ohhhh, que
bonitinho! Ele é meu gordinho lindo”.
Eu não quero
ser o personagem maravilhoso que faz tudo certo, me deixa errar um pouco! Não faço
questão de sempre vencer no final, só faço questão de tentar o meu melhor. Acho
que o mundo precisa de alma e eu quero abrir a minha portinha para ela.
Se você não
ousar a abrir a porta da sua alma para o mundo, você vai existir sem nunca ter
vivido. Você vai virar pó sem nunca ter sido notado pela pessoa que você é.
Você vai ser o que? Mais um na fotografia 3X4, abafado pela multidão. Mais um
em uma festa lotada de gente esquisita e produzida, mais uma cabeça coadjuvante
sorrindo no meio dessa peca de teatro que se chama vida.
domingo, 29 de julho de 2012
Sexo
Ele chegou de
mansinho, pegou minha mão e fez um desenho de caneta bic. Depois riscou toda a
minha perna com canetinhas coloridas, só porque gostava de implicar comigo. Meu
coração acelerou e eu me arrepiei toda. Tipo, não era só uma perna riscada e um
desenho na mão. Aquilo era mais. Uma pausa no sufoco de uma aula qualquer, um
sopro (praticamente sexual) de vida aqui dentro e uma sensação gritando: “Você
está viva. Você está viva nessa aula chata.”
Poucos minutos
depois, senti um cotovelo abusado invadir a minha mesa e tirar todas as minhas
canetas da ordem, junto com a pequena concentração que ainda me restava. Mas eu
gostei. Gostei de sentir alguns centímetros daquele cotovelo entre o meu braço e
o caderno e aquela carinha de pessoa implicante que quer me distrair e me levar
para o mau caminho.
Sei lá.
Algumas sensações são tão inexplicáveis e estranhas que eu não consigo
encontrar palavras para descrevê-las. Mas vamos dizer que um desenho de caneta
bic na mão, uma perna riscada e um cotovelo no braço equivalem a um sexo sem
sexo. Que estranho era aquilo tudo.
O menino da
mesa do lado era só o menino da mesa do lado que eu tinha conhecido na
semana passada, mas a essas alturas, a gente já se conhecia há uns 3 anos.
Atracao física natural é aquilo que me ferra. Me tira do meu controle. Atracao física gera intimidade, sensações esquisitas,
sentimentos confusos e instáveis e todas as outras coisas que me fazem pirar e ficar
mais louca do que o normal. Mesmo que eu goste muito disso, na verdade eu não
gosto tanto. Pronto. De bipolar, eu agora sou tripolar.
Menino da mesa
do lado, acho que eu gosto um pouquinho de você. Porque quando você desenha
coisas em mim,eu pego a nave espacial, viajo pra outro planeta e fujo de toda a minha
realidade. Porque isso é a coisa mais sexual que poderia me acontecer em uma
segunda-feira cinzenta.
Quando existe
química, existe muita coisa. Quando a magia da química transcende o espaço físico entre
um cotovelo e dois braços, uma mulher não precisa necessariamente de sexo para
transar.
domingo, 15 de julho de 2012
Prontofalei
Às vezes eu acho que tudo seria tãaao mais simples se a gente simplesmente mandasse pros carinhas aquela avaliação mala de professores que rola todo fim de período. Aí de quebra eles deixariam sugestões na sua“caixinha”. “E aí, como foi a noite com Maria Beatriz Palhares da Fonseca? Gostou? Repetiria a dose da “matéria” com ela? Vai querer prosseguir na disciplina ou vai TRANCAR? AVISE LOGO ”.
Outras perguntas mais “apimentadas” também poderiam ser feitas. “Avalie seu grau de excitação durante o primeiro beijo”. Ou mais: “De 1 a 5, dê nota para a conversa dela, para o cabelo dela, para a bunda dela...” Seria tão mais prático, né? Gosto de trabalhar com números.
Mais digno do que ficar jogando. Engracado. O mistério não me provoca o menor fascínio. CAGUEI pra esse lance e para as pessoas que falam: “Ah, mas o enigma tem seu charme, deixe ficar subententido”. Enigma é o irmão emprestado da falta de interesse. Quem te quer de verdade, não vai querer brincar de pique-esconde com você. Essa é uma tática ninja milenar utilizada por aqueles que querem te prender por pontos de interrogação, porque se te contassem suas reais intenções, você fugiria.
Você tá aí sentadinha suspirando e achando um charme o lance do cara ser discreto, charmoso, misterioso, né? O maluco só falta usar uma capa preta e se fantasiar de “Mister M”. Já vi tudo! Ele faz a mágica do sumiço, mas reaparece superfofo. Lógico, linda! Ele tá pegando você e mais 15. Uau! Que mistério atraente. Que charme.
Charme tem um homem com atitude. Que te liga e fala: “Desce, quero te ver agora. Tô na sua portaria”. Charme tem um cara que chega e rasga sua blusa. Charme tem um cara que não sente medo de demonstrar que gosta de você, mas ao mesmo tempo, sabe ter vida própria. Não dê ibope pra esse “mistério”
E na boa, não me vem com essa de “eu acho tão bonito isso de ser abstrato, baby! Deixe ficar subentendido”. Vai catar coquinho em alto mar junto com Lulu Santos! Eu gosto é do concreto!
Abstrato é bonito pra poeta e pra artista.
Outras perguntas mais “apimentadas” também poderiam ser feitas. “Avalie seu grau de excitação durante o primeiro beijo”. Ou mais: “De 1 a 5, dê nota para a conversa dela, para o cabelo dela, para a bunda dela...” Seria tão mais prático, né? Gosto de trabalhar com números.
Mais digno do que ficar jogando. Engracado. O mistério não me provoca o menor fascínio. CAGUEI pra esse lance e para as pessoas que falam: “Ah, mas o enigma tem seu charme, deixe ficar subententido”. Enigma é o irmão emprestado da falta de interesse. Quem te quer de verdade, não vai querer brincar de pique-esconde com você. Essa é uma tática ninja milenar utilizada por aqueles que querem te prender por pontos de interrogação, porque se te contassem suas reais intenções, você fugiria.
Você tá aí sentadinha suspirando e achando um charme o lance do cara ser discreto, charmoso, misterioso, né? O maluco só falta usar uma capa preta e se fantasiar de “Mister M”. Já vi tudo! Ele faz a mágica do sumiço, mas reaparece superfofo. Lógico, linda! Ele tá pegando você e mais 15. Uau! Que mistério atraente. Que charme.
Charme tem um homem com atitude. Que te liga e fala: “Desce, quero te ver agora. Tô na sua portaria”. Charme tem um cara que chega e rasga sua blusa. Charme tem um cara que não sente medo de demonstrar que gosta de você, mas ao mesmo tempo, sabe ter vida própria. Não dê ibope pra esse “mistério”
E na boa, não me vem com essa de “eu acho tão bonito isso de ser abstrato, baby! Deixe ficar subentendido”. Vai catar coquinho em alto mar junto com Lulu Santos! Eu gosto é do concreto!
Abstrato é bonito pra poeta e pra artista.
sexta-feira, 13 de julho de 2012
Deleta aê
Eu repito
mil vezes comigo mesma: “Eu não quero, eu não quero, eu não quero”. É uma puta injustiça
(se não é uma das maiores da vida) sentir qualquer coisa que seja sozinho. Unilateralidade,
já basta uma vez na vida de todo mundo. Prosseguir nessa vibe é burrice.
Por isso, eu
mentalizo: “Preciso deletar tudo que não é saudável do meu HD”. Mas, ao mesmo
tempo, eu não aguento mais deletar pessoas como se deletam SPAMS. Eu queria não
ter que deletar tudo tanto assim, eu cansei de deletar. Eu cansei de ver
pessoas vindo e indo embora. E eu também cansei de gente que fala com a maior
superficialidade do mundo: “Ah, foda-se... Deleta”.
Deletar não
é tão fácil assim. Deletar é um processo que precisa ser desenvolvido por
etapas. Pensa comigo: Rolou uma química filha da puta, você gostou da pessoa e simplesmente
não quer que ela vá embora da sua vida. Mas de uma hora para outra, você precisa
deletar e deixar ela partir. No começo é difícil, mas o que mais me assusta é
quando o processo começa a fluir fácil e num piscar de três semanas, TCHUM: eu
já deletei do HD. Quanto mais pessoas você já teve que deletar da sua vida,
mais fácil fica de deletar outras. Porque você vai se acostumando com esse
processo e porque não fomos feitos para lidar com a unilateralidade e com a
falta de reciprocidade.
E é aqui
que eu penso: Desencana, que fica bacana. (Rima pobre, mas válida). Quanto mais
você se esforçar, menos você vai conseguir. A lógica do seu desempenho no amor
é inversamente proporcional à lógica do seu desempenho no trabalho. Por isso é
difícil para você entender como agir. Fomos treinados para entender que se quiséssemos
muito alguma coisa, teríamos que lutar muito por ela.
Mas no amor
não é assim. Temos que lutar e entender a hora de sair de cena e fechar as
cortinas. Quem luta muito, se esforça demais e faz além da conta, vira um mala.
E ninguém quer um mala. Assim como ninguém quer ser um mala.
É isso. Em uma frase: Entenda primeiro o que você merece, para depois entender do que precisa.
É isso. Em uma frase: Entenda primeiro o que você merece, para depois entender do que precisa.
quarta-feira, 11 de julho de 2012
Aniversário
Faltam
apenas alguns dias para o meu aniversário e esse é um momento em que eu costumo
ficar mais reflexiva. Relembro dos meus últimos 10 aniversários e vou fazendo o
balanço da minha vida e traçando a pauta sobre quem eu era naqueles anos e quem
eu sou hoje.
Na
verdade, eu fui aprendendo a ser quem eu sou com as pessoas. Ao ver o que elas queriam
de mim, o quanto, e o que elas me davam de volta. Eu sempre procurei ver em que
ponto uma pessoa precisava de mim e tentei ser boa naquele ponto. Muitas vezes
eu quebrei a cara pelo meu jeito excessivamente sincero e espontâneo de falar tudo
o que penso e o que sinto e pela minha mania de querer “abraçar o mundo”, como
dizia a minha mãe.
E
sinceramente? Dá muito trabalho ser eu. Mas também tenho muito orgulho. Eu
tenho orgulho de não ser falsa e ter dentro de mim o maior caráter do mundo. De
não trair a confiança das pessoas e colocar os meus princípios sempre em
primeiro lugar. Tenho orgulho de não compactuar com aquilo que eu não concordo
só para “agradar” alguém. Tenho orgulho de não ter trocado os anseios da minha
alma pelos anseios dos personagens de novela. Porque depois que acaba
“Gabriela” é a melhor hora para sentir um soco no estômago e um vazio sem
explicação. Tenho orgulho de ser pseudo-revoltadinha e de acreditar no amor e
nas pessoas.
Existe
tanta gente pra dar valor à gente e precisando de nós, por que querer saber
justamente daquilo que não presta? Mas aprendi que só dá pra ver se presta ou
não, conhecendo. Avancando, recuando, se permitindo, perdoando, não perdoando,
sorrindo, chorando... Enfim, se jogando e vivendo. Aprendi que se arriscar e
avançar é privilégio dos fortes. Os fracos podem até não sofrer, mas também
nunca vão sentir o gosto de uma conquista verdadeira.
Por isso
eu agradeço por todas as experiências que eu já tive com o passar de todos os
meus aniversários e idades. Sendo elas boas ou ruins, frustrantes ou
maravilhosas, foram experiências importantes para mim, para eu me construir
como pessoa. A gente não vive nada que não tenha que ser vivido na nossa
trajetória. Essa é a real.
sexta-feira, 6 de julho de 2012
Liberte-se
Não quero mais ir embora e esperar o dia seguinte. Porque muitas vezes me disseram que eu não podia esperar nada de ninguém. E um dia constatei a veracidade dessa frase. Não quero mais acreditar. Nem desacreditar. Nem querer. E nem nada. Eu sempre quis muito controlar a minha vida. Agora eu deixo ela me controlar um pouco. Deixo ser o que será e deixo o vento me levar.
Cansei dessa representação teatral ser tratada como trunfo. Eu prefiro errar sendo eu mesma do que acertar sendo uma garota forjada que controla 365 passos e calcula estratégias de ação. Eu prefiro “mandar mal” em enviar mensagens de texto espontâneas do que “mandar bem” em trancar as minhas palavras e nunca arriscar nada novo. Ou por medo, ou porque as pessoas disseram que não é assim, ou porque meus amigos alertaram que é melhor ignorar. Que o “certo” é não ligar.
Muitas vezes eu até havia cansado de ser eu mesma. Pensava que tudo que dava errado comigo era pelo excesso de autenticidade e falta de “joguinho”. Achava que não era pra ter escrito o que eu escrevi e nem dito tudo que eu falei. Mas do que adianta ganhar uma disputa com fingimento?
A minha maior glória é ser exatamente quem eu sou. Não porque eu seja muito gente boa, ou muito bonita ou muito inteligente. Simplesmente pelo fato de que só assim eu conseguirei ser feliz e livre.
Quero
encontrar outra coisa que nem eu sei dizer o que é. Só sei que eu cansei.
Cansei de ouvir gente ditando como trabalhar, como se comportar, como amar.
Cansei de todo esse teatro banal que as pessoas fazem porque elas não podem simplesmente ser sinceras. Ser sincero deveria ser uma glória, mas a maior glória das pessoas é jogar e fingir.
Eu gosto de você, mas eu não posso te mandar essa mensagem agora. Preciso esperar trinta e sete minutos. Eu quero te ver, mas é melhor não.
Cansei de ouvir gente ditando como trabalhar, como se comportar, como amar.
Cansei de todo esse teatro banal que as pessoas fazem porque elas não podem simplesmente ser sinceras. Ser sincero deveria ser uma glória, mas a maior glória das pessoas é jogar e fingir.
Eu gosto de você, mas eu não posso te mandar essa mensagem agora. Preciso esperar trinta e sete minutos. Eu quero te ver, mas é melhor não.
Cansei dessa representação teatral ser tratada como trunfo. Eu prefiro errar sendo eu mesma do que acertar sendo uma garota forjada que controla 365 passos e calcula estratégias de ação. Eu prefiro “mandar mal” em enviar mensagens de texto espontâneas do que “mandar bem” em trancar as minhas palavras e nunca arriscar nada novo. Ou por medo, ou porque as pessoas disseram que não é assim, ou porque meus amigos alertaram que é melhor ignorar. Que o “certo” é não ligar.
Ora, se não
eu, quem vai saber o que faz bem para mim? Meus pais e meus amigos que me
perdoem, mas conselhos são apenas conselhos. Experiências não podem ser
universalizadas e enfiadas no caso a caso de cada um. Cansei até de ouvir
conselhos. Sério, de uma vez por todas: Eu não sou você. E ele não é o seu
ex-marido filho da puta, ele é só o meu atual ficante legalzinho. Então não me
venha com seus conselhos mais. Cala a sua boca. Obrigada.
Muitas vezes eu até havia cansado de ser eu mesma. Pensava que tudo que dava errado comigo era pelo excesso de autenticidade e falta de “joguinho”. Achava que não era pra ter escrito o que eu escrevi e nem dito tudo que eu falei. Mas do que adianta ganhar uma disputa com fingimento?
A minha maior glória é ser exatamente quem eu sou. Não porque eu seja muito gente boa, ou muito bonita ou muito inteligente. Simplesmente pelo fato de que só assim eu conseguirei ser feliz e livre.
O pior tipo de prisão não é a penitenciária de Bangu 1. O pior tipo de prisão é quando nos aprisionamos em nós mesmos. Em nossas ideias retrogradas, em dogmas do passado, em inércia, em conselhos de parentes, em medo de arriscar o novo ou de seguir o nosso próprio coração.
terça-feira, 26 de junho de 2012
A caixa
Guardamos os sentimentos e as lembranças em uma caixa, cuidamos de
trancá-los a sete chaves e depois ainda enfiamos tudo naquele porão
abandonado. E mesmo assim, a qualquer momento, eles podem resurgir e
fazer a gente desmoronar igual areia movediça.
Como é que pode?
Tem gente que marca de forma única e se faz insubstituível. Simples assim. E não importa o quanto tempo vocês fiquem longe, porque existe um instinto mágico natural de afinidade que traz vocês para perto a cada encontro, fazendo anos de distância parecerem dias.
Não importa também o quanto você tente arrancar as lembranças, se desfocar das histórias e trancar o sentimento, porque uma hora, sem querer, você vai abrir de novo aquela caixa.
Como é que pode?
Tem gente que marca de forma única e se faz insubstituível. Simples assim. E não importa o quanto tempo vocês fiquem longe, porque existe um instinto mágico natural de afinidade que traz vocês para perto a cada encontro, fazendo anos de distância parecerem dias.
Não importa também o quanto você tente arrancar as lembranças, se desfocar das histórias e trancar o sentimento, porque uma hora, sem querer, você vai abrir de novo aquela caixa.
quinta-feira, 21 de junho de 2012
S.O.S
Arrisco dizer que a pior coisa que pôde ter me acontecido foi ter virado
tão amiga de tanto homem. Não só pelo fato de entender melhor o que se
passa naquelas cabecas, como por saber o que fazem. Eu juro que eu não
queria saber tanto nem entender tanto. Eu juro. Saber me desencanta. Ao
mesmo tempo que eu sou a mulher amiga e confidente de agora, eu sou a
mulher namorada e corna de amanhã.
Eu não sei se eu quero mais comer pizza, brincar de playstation, fazer trilha e ouvir esses caras falando das gostosas da turma e o que que rolou no churrasco da atlética. Acompanha comigo: Eu sou meiga, tenho voz fofa, 1,60 de altura e sou apaixonada por bebês e cachorrinhos fofos. Por que raios eu tenho que estar a par de tanta sacanagem/molecagem? E pensando, pensando e pensando, cheguei a uma triste conclusão: Virei um deles. É isso. O problema está aí. Eu virei um deles.
Sinto falta da perdição involuntária que era conseguir estar apaixonada por alguém e me arrepiar com meia dúzia de palavras bobas. Agora eu sei muito bem o que aquela meia dúzia de palavras significa. Agora eu sei que meia dúzia de palavras podem ser insignificantes. Conheço a intenção deles. Conheço o jogo. Conheço o vazio e o verdadeiro. Sinto falta da minha natureza poderosa de me deixar levar e me livrar da minha listinha mental de “certo” e “errado”. Agora não tem essa mais.
Suspirar pelos cantos antes da hora é atirar com uma metralhadora no próprio pé. Mas, mesmo assim, sinto falta da época em que eu conseguia conhecer pessoas encantadoras. Sinto falta de uma pessoa não muito distante: Eu. Eu há tipo uns três anos atrás. Acho que eu não era assim. Mas se eu não era assim e eu não tenho nem 23 anos, imagina quando eu tiver meus 30. Sei lá.
To com medo até de fazer aniversários. Medo de ser cada vez mais mulher e cada vez menos eu. Medo de descobrir mais coisas que eu não queria. Medo de me magoarem. Medo de virar aquela ruiva feia de sex and the city! Eu sempre fui a Charlotte! Medo de levarem para sempre a Charlotte daqui de dentro.(Que drama. Essa parte só as mulheres vão entender...)
Acho que no fundo, todo mundo vive querendo ser salvo. Não tô falando de ser salvo por um príncipe que chega para matar os dragões, mas sim de ser salvo da monotonia pesada e insuportável que os dias podem vir a se tornar. Tem gente que me salva só com um SMS de: “Vai dar tudo certo”. Tem dias que até ouvir Bob Marley cantando “cause every little thing gonna be alright” me salva. E assim sucessivamente.
Hoje, eu só sei que tudo o que eu mais quero, é ser salva.
Eu não sei se eu quero mais comer pizza, brincar de playstation, fazer trilha e ouvir esses caras falando das gostosas da turma e o que que rolou no churrasco da atlética. Acompanha comigo: Eu sou meiga, tenho voz fofa, 1,60 de altura e sou apaixonada por bebês e cachorrinhos fofos. Por que raios eu tenho que estar a par de tanta sacanagem/molecagem? E pensando, pensando e pensando, cheguei a uma triste conclusão: Virei um deles. É isso. O problema está aí. Eu virei um deles.
Sinto falta da perdição involuntária que era conseguir estar apaixonada por alguém e me arrepiar com meia dúzia de palavras bobas. Agora eu sei muito bem o que aquela meia dúzia de palavras significa. Agora eu sei que meia dúzia de palavras podem ser insignificantes. Conheço a intenção deles. Conheço o jogo. Conheço o vazio e o verdadeiro. Sinto falta da minha natureza poderosa de me deixar levar e me livrar da minha listinha mental de “certo” e “errado”. Agora não tem essa mais.
Suspirar pelos cantos antes da hora é atirar com uma metralhadora no próprio pé. Mas, mesmo assim, sinto falta da época em que eu conseguia conhecer pessoas encantadoras. Sinto falta de uma pessoa não muito distante: Eu. Eu há tipo uns três anos atrás. Acho que eu não era assim. Mas se eu não era assim e eu não tenho nem 23 anos, imagina quando eu tiver meus 30. Sei lá.
To com medo até de fazer aniversários. Medo de ser cada vez mais mulher e cada vez menos eu. Medo de descobrir mais coisas que eu não queria. Medo de me magoarem. Medo de virar aquela ruiva feia de sex and the city! Eu sempre fui a Charlotte! Medo de levarem para sempre a Charlotte daqui de dentro.(Que drama. Essa parte só as mulheres vão entender...)
Acho que no fundo, todo mundo vive querendo ser salvo. Não tô falando de ser salvo por um príncipe que chega para matar os dragões, mas sim de ser salvo da monotonia pesada e insuportável que os dias podem vir a se tornar. Tem gente que me salva só com um SMS de: “Vai dar tudo certo”. Tem dias que até ouvir Bob Marley cantando “cause every little thing gonna be alright” me salva. E assim sucessivamente.
Hoje, eu só sei que tudo o que eu mais quero, é ser salva.
domingo, 17 de junho de 2012
Da série: Rapidinhas
“Às vezes você me provoca
taquicardia, fazendo o meu corpo gerar estímulos elétricos até os átrios e
transmitindo toda a pulsacao para os ventrículos, acelerando o meu miocárdio a cerca de 200 bpm por minuto.”
“Caraca! E isso é
bom, doida?”
“Aham,
ótimo!”
Ora,
fracamente, isso que eu chamo de uma declaracao de amor digna. Escrevi em 2005 e
acabei de encontrar perdido pelas páginas da minha agenda. Como eu era
fofinha.... (E doente também, qual o tipo de pessoa que diz isso para outra
pessoa?)
Adoro
futucar meus bilhetes antigos. E aí, válido repetir esse fracasso romântico?
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Brainstorm
Eu leio uma
linha do livro e corro para ver se recebi torpedo.
E então eu agarro o marca-texto e a minha mente dá voltas mirabolantes.
E eu me pego em outro plano. Em outra estação. Em outro continente.
Nesse lugar que eu me encontro, tudo parece mais interessante.
Eu abro o caderno e entro no Facebook para ver se tem novas mensagens.
Só mais cinco minutinhos, eu penso. Mais cinco minutinhos e eu ameaço voltar.
Mais cinco minutinhos e a minha vida pode mudar. Eu juro.
Só mais cinco minutinhos, eu penso. Mais cinco minutinhos e eu ameaço voltar.
Mais cinco minutinhos e a minha vida pode mudar. Eu juro.
E então eu agarro o marca-texto e a minha mente dá voltas mirabolantes.
E eu me pego em outro plano. Em outra estação. Em outro continente.
Nesse lugar que eu me encontro, tudo parece mais interessante.
Depois de
toda a minha viagem, eu volto. E quando eu volto, eu penso nas pessoas.
Milhares de brasileiros estão suando nos ônibus, em reuniões de trabalho,
assinando contratos, lutando por um lugar ao sol. Estão todos concentrados,
fazendo coisas adultas e maduras. E eu? Eu estou concentrada repassando pela
décima vez o filminho mental do meu último fim de semana. Estou repassando
cuidadosamente e milimetricamente todas as palavras que me foram ditas e
tramando mil hipóteses interpretativas para elas. Ai, interpretar é tão difícil...
Milhares de brasileiros estão suando nos ônibus, em reuniões de trabalho,
assinando contratos, lutando por um lugar ao sol. Estão todos concentrados,
fazendo coisas adultas e maduras. E eu? Eu estou concentrada repassando pela
décima vez o filminho mental do meu último fim de semana. Estou repassando
cuidadosamente e milimetricamente todas as palavras que me foram ditas e
tramando mil hipóteses interpretativas para elas. Ai, interpretar é tão difícil...
Sabe, no
fundo eu tenho inveja dessas pessoas adultas e maduras que assinam
contratos milionários enquanto eu estou tendo pensamentos absolutamente improdutivos.
Por que eu não consigo ser adulta e madura o suficiente para separar os momentos?
A hora de fazer o dever de casa não é a hora apropriada para ter crise
A hora de assistir palestra não é hora de pensar na briga do final de semana.
A hora de ir à reunião de condomínio não é hora de querer ficar com o vizinho na escada do prédio.
contratos milionários enquanto eu estou tendo pensamentos absolutamente improdutivos.
Por que eu não consigo ser adulta e madura o suficiente para separar os momentos?
A hora de fazer o dever de casa não é a hora apropriada para ter crise
A hora de assistir palestra não é hora de pensar na briga do final de semana.
A hora de ir à reunião de condomínio não é hora de querer ficar com o vizinho na escada do prédio.
Tem dias
que eu misturo tudo e me atropelo. Um turbilhão de pensamentos, sentimentos,
memórias e sensações. Não é sempre. Mas acontece. Eis o meu “brainstorm”.
Literalmente.
Só não sei
se eu sou o único ser não evoluído que passa por isso
Ou se eu sou o único ser corajoso para admitir que passa por isso.
Feita a
minha confissão para vocês, eu vou tentar me concentrar na aula.
Tchau, fui
embora para sempre. (Ou não).
terça-feira, 12 de junho de 2012
Happy valentine's day
Viva o dia dos namorados e que comecem as
frases de pára-choque de caminhão no facebook.
Já acordei com um: “O maior segredo de amar é
que para amar, não há segredos. Feliz dia dos namorados para nós, mozão! Você é
o ar que eu respiro!”
Não é que eu não seja romântica e coisa e tal,
mas me dá nos nervos esse tipo de manifestação. Qual é poetinha, tá namorando
quem? O oxigênio? Mas surpreendentemente, essa não foi a pior. Algumas declarações como “eu te amo para seeeempre,
bruxinha. Feliz 1 mês e feliz dia dos namorados, você é a coisinha mais ninda
do mundo inteiro” se fizeram presentes no meu feed de notícias.
Será que precisa ser tão exagerado assim? Esse
tal de eu te amo “para sempre” me soa bizarro. Como é isso de afirmar que vai
ser para sempre? Fez contrato? E a pior parte vem depois: “Feliz 1 mês.” – Ok, acabo
de descobrir que o cara só está há um mês com a “bruxinha ninda.” Patético. O
cidadão virou uma autentica reprodução da Hello Kitty contemporânea.
Nunca confiei em pessoas expansivas demais. No
estilo: “Você está LIIIIIIIIIIIINNNNNNDAAAAA DE MORRER! TE AMO PARA SEMPRE
DAQUI ATÉ A CORÉIA DO NORTE, MEU BIBELÔ AMADO”. Normalmente, quanto mais efusiva
é uma pessoa, mais falsa ela está sendo. (Salvo exceções).
Será que o amor é brega mesmo Cazuza? Ou brega
são as pessoas? Podem me criticar, mas eu acho que até para amar tem que ter
classe, elegância e inteligência. Não é sair por aí fazendo voz de bebê e
dizendo que eu sou “raio, estrela e luar” que alguém conseguirá me deixar toda
derretida aos 7 ventos.
Eu quero ouvir declarações surpreendentes e
verdadeiras, que eu nunca ouvi da boca de ninguém. Não quero ouvir: “Nosso amor
é uma flor que desabrocha a cada ano e cresce mais lindo a cada primavera.”
Fala sério, meu. Para piorar, só fazer voz de beber
e chamar de “Chuchu”. Eu ODEIO homens que fazem voz de bebê. O que pretendem
essas gracinhas? Sensibilizar a moca? Acho CTT. Traducao simultânea: Corta tesão total. ((Admito, já fui chamada
de “Jujubinha ninda” uma vez na vida)).
Que nesse dia dos namorados, os pombinhos
(afff, outro termo que eu acho cafona) possam INOVAR e demonstrar esse amor de
forma única e sincera. As pessoas são tão individualmente peculiares, tão
originais e únicas nesse mundo. Por que todos se encaixam com um vídeo do Jota
quest?
Tá bom, cara. O amor pode estar do meu lado e o
amor é o calor que aquece a alma. E DAÍ? Por que isso me faz ser especial para
você?
Existem pessoas que eu amo inexplicavelmente.
Tem aquele que eu odeio e amo ao mesmo tempo. Acho incrível essa minha
capacidade. Veja bem, eu odeio aquela mania dele de soltar um: “gata, olha que
foda esse vídeo”. Porque eu odeio que me chamem de “gata”. Gatinha é diferente,
mas gata é péssimo. Quando me chamam de gata, eu me sinto como se fosse uma
peguete qualquer que ele conheceu anteontem na “balada”. E quando eu abro o
vídeo, vejo que o senso de humor dele é completamente bobo.
Mas, incrivelmente,
eu amo aquele senso de humor bobo, acho apaixonante aquela risada e acabo rindo sem parar também. Eu peco a Deus todos os dias que eu nunca pare
de odiar amando tanto assim. Porque até no ódio existe poesia. Porque até nas
briguinhas existe charme e letras de músicas e ritmo e flores coloridas.
O homem perfeito teria a maior vontade de me completar e me curar de toda a minha loucura com um equilíbrio matemático. Mas o homem de verdade tem vontade de me multiplicar e triplicar toda a minha loucura em um desequilíbrio poético.
E para todos os homens e mulheres "de verdade", o meu sincero: FELIZ DIA DOS NAMORADOS!!!
domingo, 10 de junho de 2012
Você é perfeita, MAS....
“Você
é uma pessoa sensacional, charmosa, bonita, bem-humorada, gente boa, simpática,
especial...... Gosto muito de você. Você sabe, não sabe?”
-
Você pensa: “Tá, vai continua. Estraga tudo agora, veado.”
Ele
continua: “Mas eu não quero nada sério agora, entende? E não acho justo que
você fique presa a mim. Não tô preparado para ter um relacionamento mais sério.
E quero que você seja feliz.”
AH
tá bom. Que bonitinho! O moleque é quase uma “madre Teresa de Calcutá”. Tão
altruísta, não é mesmo? Que belo coracao. Ele não está emocionalmente preparado
para um relacionamento sério, mas deseja a sua felicidade e gosta de você. Que
fofo, gente! NÃO. NÃO. Dessa água eu não bebo. Vejo milhares de incongruências
nesse tipo de papinho imbecil para enganar trouxas/apaixonados.
Vamo lá, número 1) “Eu não quero nada sério AGORA, entende?”
Analisando.......
Meu bem, isso não existe. Quando a gente gosta, está preparado SEMPRE. Você
apenas não é macho o suficiente para admitir que não está na mesma vibe da
garota. Seria mais digno dizer: “Acho que não estamos na mesma vibe, não to
afim de você da mesma maneira que você está de mim.”
Afinal,
não escolhemos os melhores momentos para gostar de alguém. “Sinto muito, hoje
eu não quero.. Porque hoje é sexta-feira e às 22:30 eu tenho uma festa. Amanhã
também não é o melhor momento, porque tenho chopada. Daqui há pouco eu volto a
querer, viu? Espera ae.”
Número 2) “Não estou preparado para um relacionamento
sério” – Ohhh! Ti bunitinho! Faz uma coisa? Vai fazer um curso na Sorbonne e
depois que se preparar, você volta, tá amado? Ou será que psicologia em Harvard
te prepararia melhor, meu amor?
O
pior de tudo, é que tem mulher que banca a psicóloga e vem dar o laudo: “Gente,
mas eu entendo ele... Todo problemático, teve um trauma muito sério com a mãe
na infância, quando ela mandou o “titi”(gatinho persa dele) para uma fazenda no
mato grosso do sul. Também já prendeu o dedinho na porta do carro e até
hoje tem medo de se relacionar.... Mas acho que a gente ainda fica junto."
Preciso
comentar o que eu acho das psicólogas de plantão? Não estudo psicologia e,
ainda que estudasse, tenho uma tese: Por mais problemática que uma pessoa seja,
quando ela está afim, ela mergulha naquilo. Ninguém sabe se relacionar, ninguém
sabe amar... Mas todos tentam.
Número 3) (...) “E quero que você seja feliz.”
Meus
caros, essa é a parte do discurso que mais me irrita.
Não,
seu babaca. Você não pode me desejar votos de felicidade como quem sai por aí
dando amostra grátis na rua. Se você está me dando um pé na bunda, o MÍNIMO que
você deveria, era pelo menos fingir que ficaria arrasado se me visse com outro
cara. “Por que, Olívia Black?”- Vocês me perguntam. É apenas uma questão de bom
senso, prezados. É ainda mais humilhante esse ar de superioridade que o carinha
lanca com um: “Mas não fique mal... Eu tenho compaixão por você
e quero que você viva sua vida feliz. Apesar desse fora.”
Esses
papinhos se repetem uma vez a cada mês com alguém que eu conheco. Com você
também é assim? “Mas poxa, o que eu fiz
de errado para tudo terminar assim? Eu achava que estava sendo perfeita. Por
que?” – Você se pergunta.
Eu
não sei ao certo o seu caso. Mas vou te dar um conselho universal: Ele lembrará
de falar com você, toda vez que você esquecer de falar com ele.
Ter
vida própria é afrodisíaco. É disso que eu tento lembrar todos os dias. E
quando eu consigo praticar, tudo parece dar incrivelmente certo.
terça-feira, 5 de junho de 2012
Surpreenda-me ou esqueça-me
Eu
confesso: Às vezes eu tento não ser eu, apesar de me vangloriar tanto da minha
autenticidade. Porque se eu não for eu, pelo menos por uns dias, quem sabe eu
possa curtir arrumar uma mala e me mandar para os jogos jurídicos com as
pessoas da minha idade.
Ou mais: Quem sabe eu possa ficar na fila de uma boate por horas, curtindo a onda daquele local barulhento e com uma multidão de pessoas - mas nenhuma realmente interessante. Que saco. Quero tirar férias dessa chatinha. Que tipo de mulher da terceira idade eu virei?
Ou mais: Quem sabe eu possa ficar na fila de uma boate por horas, curtindo a onda daquele local barulhento e com uma multidão de pessoas - mas nenhuma realmente interessante. Que saco. Quero tirar férias dessa chatinha. Que tipo de mulher da terceira idade eu virei?
O mais engraçado
é que eu não tenho meio termo nem com a idade. Ora eu me sinto a garota fofinha
de Maria Chiquinha da mamãe, que até hoje tem medo de ouvir seus gritos
desesperados de: “Cadê o meu brinco?!?!?!?! Você perdeu o meu brinco?!?!?” Ora
eu me sinto a mulher madura de 32 anos e meio que arrasa no pedaço com um salto
13 cm.
Sabe, a
minha vontade era andar com uma plaquinha no pescoço escrito: “SURPREENDA-ME”. Parece que ninguém mais consegue me
surpreender. Nutro profunda dificuldade de me encantar por algum mortal. Todo mundo
é a mesma coisa de sempre e tudo tem o mesmo fim de sempre. Não quero ser
prisioneira eterna da falta de surpresa dos seres terrestres. (Quem sabe eu
tenha que ir para marte mesmo).
Às vezes eu
acho que virei Natalie Portman no filme “No strings attached”. Talvez esse seja
o melhor personagem de cinema para me descrever. Pode ser tosco citar esse
exemplo, eu poderia ser um personagem de um filme mais Cult, mas eu não sou. (No
máximo, eu sou Dani Calabresa na MTV).
Tudo o que
constato é que de tanto ter alma, um dia congelei. De tanto não compreenderem a
bendita e abusarem dela com o excesso de vazio, ela esvaziou. Conseguiram o que
queriam: fizeram a mocinha coração de manteiga da sessão da tarde ir embora
para sempre. Não consigo encontrar palavras mais, porque tudo o que eu sinto, é
que eu não sinto. Não estou chateada, não estou triste, não estou abalada. Não
estou nada. Talvez eu só esteja esperta.
Eu começo já
esperando o fim. Por mais que eu ache que eu gosto um pouco daquela pessoa X,
eu sei que não faço questão e que não gosto tanto assim. Para que mergulhar se você
sabe que vai se afogar naquela água? O mergulho vai valer a pena? Não sei. Eu
acho que Roberto Carlos foi um corno sofrido e maldito quando escreveu: “Se
chorei ou se sofri, o importante é que emoções eu vivi”.
O
importante, nesse momento da minha vida, é apenas sorrir. Dispensei o
sofrimento. Sou muito nova para esse lance. Na minha carta para o papai Noel eu só pedi que o velhinho
me trouxesse uma boa dose de saúde, amigos e risadas. Quero envelhecer dando
risada da vida.
Estou
velha demais para me preocupar em sofrer com bobagens. Perdi o saco para os
dramas das mocinhas de TV. E para os romances que acabam lindos no final. Eles
são monótonos demais para mim. Quem sabe ainda serei surpreendida por algum
indivíduo menos previsível.... Meu príncipe vai vir todo errado, em cima de uma
moto bizarra às 2 da manhã, com um ingresso para me levar no show do ano e depois me oferecer a minha sobremesa preferida.
É.
Essa sou eu.
E sigo repetindo meu mantra diário: Surpreenda-me, ou esqueça-me.
quinta-feira, 31 de maio de 2012
Extraordinário
Eu nunca
vou entender porque as pessoas vão para uma night, publicam fotos
em tempo real, respondem torpedos e apertam os botões de seus celulares, como
se dali pudessem controlar o universo. Como se existisse alguém no celular que
valesse mais a pena do que a festa inteira. Afinal, o que esse bando pretende?
Andei sem destino, sem mapas e previsões. Contra o vento e sem documento. Eu flertei com o inesperado, fiquei de caso com o acaso, rasguei aquele roteiro e desenhei um só para mim. Eu estava sem ter aonde encostar e quem culpar. Estava sozinha, completamente sozinha, mas incrivelmente feliz.
Foi então que eu me dei conta: O simples fato de poder respirar em paz com a vista privilegiada do Rio de Janeiro, já se fazia extraordinário naquela manhã.
Dê o nome
que quiser a sua loucura e ela não será loucura mais. Adjetive o que você sente e dominará o que se passa por dentro. Loucuras com nomes não são
loucuras. São problemas, síndromes, laudos, esquisitices. E aqui, eu me
pergunto: Qual será a síndrome das nights?
O fato é
que todos que ali estão esperam algo de extraordinário acontecer a qualquer
momento. É como se algo de grandioso e transcedental fosse pairar sobre aqueles seres e transformar
uma noite comum em uma noite inesquecível. Estão todos atentos olhando para os
lados, para cima, para direita e para esquerda. A qualquer momento, algo mágico
vai acontecer. Aquela noite vai ser incrível.
E aí, a gente volta para casa. Eu nunca vou
entender porque a gente continua voltando para a casa com tanta expectativa no
peito. Querendo o espetacular. Querendo rir até comprimir o diafragma e
beber até o corpo flutuar nas nuvens do céu. Querendo ser a diva da festa.
Querendo ser a diva de alguém. Querendo voltar de mãos dadas com um sujeito que
não estava lá. Querendo o 100%.
Por que as
pessoas querem tanto? Esperam tanto? Planejam tanto? Hoje eu acordei sem esperar
nada. Sem pretender nada. Acordei em um quarto diferente, em uma cama
diferente, sem a minha escova de cabelo e sem o meu batom. Sob novas
perspectivas, peguei a minha bolsa e andei.
Andei sem destino, sem mapas e previsões. Contra o vento e sem documento. Eu flertei com o inesperado, fiquei de caso com o acaso, rasguei aquele roteiro e desenhei um só para mim. Eu estava sem ter aonde encostar e quem culpar. Estava sozinha, completamente sozinha, mas incrivelmente feliz.
Foi então que eu me dei conta: O simples fato de poder respirar em paz com a vista privilegiada do Rio de Janeiro, já se fazia extraordinário naquela manhã.
sábado, 26 de maio de 2012
Papo brabo, hein!
Cena 1: Você tá naquele almoço de família, aí aquela sua tia metida a teenager pergunta:
- “E aí, conta tudo pra titia... Tá namorando? Como estão os paqueras?”
Você, timidamente responde: “Não, não to namorando não, tia.. Aah, tão indo.. Hehehe”
- O que você pensa: “Putaquepariu, começou o papo brabo. Quer saber mesmo? Os peguetes tão naquela de sempre, uma hora somem, na outra aparecem com tudo. Uma hora é um, na outra é outro. Teve um lindo que me chamou pra sair hoje, sabia? Mas eu não pude ir ainda, porque preciso malhar 2 semanas antes de sair com ele para ficar apresentável.. Só quando eu malhar a bunda, a perna, a barriga e o tríceps, eu aceito aquele convite. Tô me preparando. Foi bom porque me fiz de difícil, saca?”
- O que você pensa: “Putaquepariu, começou o papo brabo. Quer saber mesmo? Os peguetes tão naquela de sempre, uma hora somem, na outra aparecem com tudo. Uma hora é um, na outra é outro. Teve um lindo que me chamou pra sair hoje, sabia? Mas eu não pude ir ainda, porque preciso malhar 2 semanas antes de sair com ele para ficar apresentável.. Só quando eu malhar a bunda, a perna, a barriga e o tríceps, eu aceito aquele convite. Tô me preparando. Foi bom porque me fiz de difícil, saca?”
Cena 2: O seu avô fofo pergunta: “Quando você se forma, minha filha?”
Você suspira e responde: “Entãaaao, vô.... Se tudo der certo, em 2013! Hehehe”
- O que você pensa: “Vô, se tudo der certo, eu não enlouquecer no meio do caminho, tomar tarja preta, resolver jogar essa merda pro ventilador e passar um ano sabático na Europa, é em 2013 sim... (sempre quis usar o termo sabático! Para quem não sabe, gente chique passa anos sabáticos fora do país, pobre faz intercâmbio).”
- O que você pensa: “Vô, se tudo der certo, eu não enlouquecer no meio do caminho, tomar tarja preta, resolver jogar essa merda pro ventilador e passar um ano sabático na Europa, é em 2013 sim... (sempre quis usar o termo sabático! Para quem não sabe, gente chique passa anos sabáticos fora do país, pobre faz intercâmbio).”
Cena 3: Sua dentista puxa papo empolgada: “E aí, querida! Já escolheu o ramo da advocacia que quer seguir? Já fez plano de carreira?”
Você, com aquele bocão aberto, em situação constrangedora por natureza, sussurra, com tremenda dificuldade: “Não sei ao certo, talvez penal... Talvez empresarial... Ainda to vendo... Hehehe”
- O que você pensa: “Cacete! Agora eu vou chorar pra valer nessa cadeira de dentista. Sua filha da mãe! Plano de carreira? Não sei nem se vou conseguir escrever a merda da monografia. Tô apavorada de não passar na OAB e me conformar em ser bacharel .. E não, eu não sei o ramo que vou seguir para sempre na minha vida. Já testei um monte! E vou continuar testando. Uma hora eu volto aqui e te respondo. Mas agora me deixa em paz! Pelo amor de santo deus, pelas barbas do profeta, QUE papo brabo!”
Cena 4: Você encontra aquele menino que você era super afim- até alguns meses atrás- no cinema... Ele está acompanhado dos pais, você, que não perde tempo, com o seu novo affair.
Ele diz: “Oi... Tudo bem? Quanto tempo! Essa aqui é minha mãe, esse aqui é meu pai....”
Você diz: “E aí... hehehe.. tudo ótimo! Esse filme deve ser demais, né? Esse aqui é o meu amigo... GRANDE amigo! Roberto.... Hehehehe... Boa sessão pra vocês, viu?”
Você pensa: “Putaquepariu, será que o Roberto percebeu que eu quase desmaiei de nervoso? Caraca, agora que eu nunca mais fico com ele de novo... Que merda! Por que hoje? Por que agora? Por que comigo? Putaquepariu, preferia ter sido picada por um enxame de abelhas frenéticas.”
Cena 5: A amiga da sua mãe solta: “Você tá tão diferente da última vez que eu te vi, nem te reconheci.....”
- Você responde: “Jura?! Hehehe..”
- Você responde: “Jura?! Hehehe..”
Você pensa: “Fudeu! Só em 10% dos casos esse “você está diferente” significa que a pessoa mudou pra melhor. Devo ter engordado. Nem uma perna minha entra na calca 36! No ano retrasado eu entrava...”
PAPO BRAAAAABO, HEIN.... Que atire a primeira pedra quem nunca passou por isso... Mas faz um favor? Atira a pedra NELES! (Não em mim.)
segunda-feira, 21 de maio de 2012
Rei da Farmville
Ele tem 28
anos, é loiro, gostoso, bonito, rico, engraçado e safado. Daria um modelo perfeito para a Abercrombie & Fitch. Tem várias garotas em cima dele. Eu diria para você que o
facebook do cidadão é uma verdadeira fazendinha. É tanta vaca ali.... Elas curtem
tudo, comentam em tudo, elogiam tudo. Ele é o Rei daquela Farmville, meus
caros.
Pela
primeira vez na vida, eu sorri ao pensar que ele fazia sucesso com o público
feminino. “Nossa, ele tá certo de ser pegador! Que figura esse moleque galinha! Mas também, com
tantas características atraentes, que mulher não estaria de quatro por ele?” –
Pensei.
Eu. Eu não estou de quatro por ele. Eu sou o
tipo de mulher que não se apaixonaria por ele. Fico ao lado dele sem me
preocupar se meu cabelo está péssimo, se a minha bunda tá bem na calca ou se eu to bonita o suficiente. Nada disso me aflige. Ele é lindo. Tá, ele
é lindo. E daí? Ele é só mais um mortal...
Eu olho
para ele e penso: “Oi, mais um mortal. O que você tem além dos olhos azuis
brilhantes e de toda essa capacidade de fazer piadas infames? Me mostra o que você tem, porque
eu não consigo ver.” Eu não participava da fazendinha virtual dele. Eu não
tinha sentimento algum de posse, eu não tinha paixão. Eu não tinha
absolutamente nada. E por isso mesmo eu podia me relacionar com ele numa boa.
Não estava
nem aí se o visse uma vez por mês. Ou se ele não me mandasse mensagem, ou se
ele não aparecesse. Ou se ele mudasse de país para sempre. E por isso mesmo a
gente podia se relacionar. Um belo dia ele me perguntou com carinha de cachorro
sem dono: “Você tem ciúmes de mim?” – Não. A resposta era não. Como eu ia ter
ciúme dele se eu não estava apaixonada? Se, para mim, ele era só mais um ser
humano na terra? Notei que ele se importava qualquer coisa comigo. Por que ele queria o meu
ciúme? Que coisa!
Eu apenas sorri
e disse que não era ciumenta. Não poderia responder aquela pergunta. E então,
ele continuou: “Não some tanto assim, tá? Você é especial. Eu gosto de você. Muito" - Congelei. Congelei todinha. Um gelo seco de efeitos especiais percorreu todos
os andares do meu corpo. Produção, isso está errado. Por que você colocou ele
pra gostar de mim? Nessa peca de teatro, eu era a personagem desencanada, fria
e feliz. E ele, o galinha fofo e apaixonado. Que bizarro.
Eu preferia
aquele menos bonito que conheci no ano passado, quando tropecei no cadarço do
meu all star e caí com tudo. Caí em cima dele. Com todos os meus papéis de
faculdade. Ele riu e eu ri. E depois ele catou todos os meus papéis. Me olhou
bem fundo nos olhos e no dia seguinte (Deus sabe como) me adicionou no Facebook.
Fiquei doida com aquela solicitação de amizade. Como ele sabia meu nome? O
moleque era um Sherlock Holmes. Achei aquela cena dos papéis de
filme e jurei que era coisa do destino que a gente ficasse junto para sempre. Mas
não ficamos. E agora eu tava com o bonitão.
Tá certo
que ele tava menos em forma do que o bonitão, era menos pegador, menos atraente,
menos alto e mais novo. Mas sei lá. Quando o sentimento bate, não há explicações.
Eu não tinha afinidade com o loiro bonito como eu tinha com aquele outro. Eu
não via tanto charme naquele “Rei da fazendinha” como eu via no meu herói
catador de papéis! (Puts, me superei na cafonice agora). Não consigo encontrar explicações plausíveis e racionais para isso.
O outro tinha me conquistado muito. A gente ria tanto juntos. A gente era tão parecido. A gente era tão peculiar. A gente era tão a gente. Achava aquele lance mais natural e mais bonito. O Rei da farmville não me despertava interesse. Embora tivesse uma legião enorme de fãs.
O outro tinha me conquistado muito. A gente ria tanto juntos. A gente era tão parecido. A gente era tão peculiar. A gente era tão a gente. Achava aquele lance mais natural e mais bonito. O Rei da farmville não me despertava interesse. Embora tivesse uma legião enorme de fãs.
Puta vida
injusta. Nada é exatamente como eu queria. E então, deixo o meu “Don Juan” ir
embora e não clamo mais por sua presença. Agora eu sigo com o Rei da fazenda e
vejo no que vai dar. Fui coroada a Rainha da fazenda também. Rio das outras
e, de certa forma, me sinto verdadeiramente especial. Dentre todas as vacas, era eu que ele queria.
Incrível
como a falta de pretensões tem seu poder. Vou comecar a fingir que não quero o Cauã Reymond, para ver se ele larga tudo e se apaixona por mim. É isso, né, vida?
Um beijo e um brinde à falta de pretensões.
Um beijo e um brinde à falta de pretensões.
sábado, 19 de maio de 2012
A partida
Eu estou cansada de me relacionar com as pessoas.
Estou cansada de ser a última bolacha do pacote nos primeiros dias, e, passada a terceira semana, virar um nada. A novidade acabou, né? Como se
eu realmente fosse uma bonequinha de vitrine de loja que pudesse ficar
paradinha ali, com cara de Biscuit, até o comprador decidir se o produto de fato agrada. De
bonequinha, talvez eu só tenha a cara. Porque a alma ferve a 150 graus celsius. (Penso
sozinha).
Anteontem eu era um máximo, mas hoje o mercado mudou e eu não sou mais tão legal assim. Perceba os termos que as pessoas utilizam para se referir aos relacionamentos entre seres (teoricamente) HUMANOS: “O mercado tá ruim”, “quero pegar aquela gostosa”.
Anteontem eu era um máximo, mas hoje o mercado mudou e eu não sou mais tão legal assim. Perceba os termos que as pessoas utilizam para se referir aos relacionamentos entre seres (teoricamente) HUMANOS: “O mercado tá ruim”, “quero pegar aquela gostosa”.
Eu só queria entender porque as pessoas não sabem
continuar. Será que é tão difícil assim ficar junto mais do que um dia? Será
que assusta tanto assim a idéia de permanecer? Me assusta muito mais a idéia de
"pegar só por uma noite." Espera aí... É assustador mesmo ou é normal que
seja assim? Não consigo mais distinguir os padrões de normalidade. Perdi
os parâmetros. Às vezes eu não sei se eu sou eu, ou se eu sou a sociedade
pulsando em mim. Saca?
Tudo o que eu sei é que preciso ir embora. Toda vez
que eu chego, eu já sei que é isso que vou fazer. Esse é meu rumo final: ir
embora, partir. Na verdade, isso é o que eu sempre estou esperando das pessoas,
dos meus projetos e dos lugares. Não espero nada além de sair de onde eu estou.
De me mover. O movimento é o destino final de todos os ciclos.
Adeus.
Parti.
quarta-feira, 16 de maio de 2012
SHE
Ela nutria
profundo nojo pelos seres humanos que um dia amavam, no outro usavam. Daqueles
que tinham hora marcada na agenda para gostar dela. Tipo só segunda-feira das 9
da manhã até às 15 para às três. Mas quarta-feira não. Sabe como é... Quarta
tem poker! Quinta tem barzinho... Sexta, de repente, ele voltaria a desejá-la.
Ou quem sabe, na semana que vem.
Aquela
mulher cansou de tentar juntar mil metades quebradas de um copo de vidro espalhadas pelo chão. Ela
aprendeu que caco de vidro só serve para cortar o dedo.
E então, ela
decidiu que preferia a clareza da sacanagem consentida e a certeza do vazio, à
falsidade hipócrita de um sentimento forjado. Ela não faz questão que nada seja
para sempre. Ela só quer que seja verdadeiro. Toda noite, antes de dormir, ela
repete para si mesma: “Que seja verdadeiro, que seja verdadeiro, que seja verdadeiro”.
Aprendeu
que viver em paz é estar ao lado de pessoas que sejam capazes de colocar um
sorriso em seu rosto sem razões, que tornem seu dia leve e divertido. Ela só
queria ser do jeito dela. E viver seus maiores pequenos prazeres: cantarolar na
rua, comer uma sobremesa gostosa, apreciar a beleza do céu e respirar fundo
sentindo a alegria invadir seus pulmões. Queria vez ou outra um alvará para
errar, um alvará para ser idiota e não se levar tão a sério. E não levar tudo
tão a sério.
Essa mulher
queria poder não se sentir tão sufocada pelas obrigações cotidianas. Ela só
queria um pouco mais de ventilação. Pintar um quadro, escrever uma poesia,
correr pela praia, rir com os amigos, sei lá. Ela queria explorar a possibilidade de se
conectar com todas as suas possibilidades de existir.
Ela era uma
espécie quase em extinção: Acreditava e sempre acreditou e sempre ia acreditar
na humanidade e no amor. Ela, ela, ela.
Que ELA tenha tempo de ser ELA em todas as suas dimensões. Médica, atleta, cineasta,
pintora, poeta, artista e dançarina. Eu insisto: Pelo menos uma vez por mês, que ela tenha
tempo para ser.
Ela, eu e você vivemos com chances de morrer a
qualquer momento e nem nos damos conta.
Sim, agora tô indo fazer pipoca com guaraná e assistir a um filme que eu adoro.
E você? Fica para o cafézinho com bolo, vai...
Sim, agora tô indo fazer pipoca com guaraná e assistir a um filme que eu adoro.
E você? Fica para o cafézinho com bolo, vai...
domingo, 13 de maio de 2012
Gasparzinho
Os anos
passam, os presidentes mudam, as crises sociais crescem, o índice de assalto
aumenta... Mas algumas coisas nunca mudam. Estava num bar
ontem, concentrada na minha caipivodka de abacaxi, quando ouço uma loira aos
berros: “Vocês acreditam que ele passou DUAS semanas sem me procurar.. 2,
D-U-A-S... Ele não mandou torpedo, não deu um telefonema, não falou comigo no
chat do facebook. NADA. Aí ontem ele resolveu dar o ar da graça me dizendo que
estava estudando muito....”
Todos
pararam o que estavam fazendo para opinar no caso. A amiga gordinha brandou: “Eu
nem respondia a mensagem dele!!!! Esperaria uns 3 dias e mandava alguma coisa
beeeeem fria” (Essa é a típica amiga foda.) O amigo gay também se manifestou: “Geeente,
eu não sei o que que está acontecendo com esses homens de hoje em dia. O
Ronaldo fez igualzinho comigo! Mas eu jogo. Eu jogo porque eu acho que sem
joguinho não funciona. Amiga, não dá mole pra ele agora.” A última “analista”
foi uma morena gata, ela soltou assim: “Ah, mas o que que você sente vontade de
fazer? De repente ele estava estudando mesmo."
A loira
continuou “metendo o pau”no garoto, sem levar em conta nenhuma opinião. Fez uma
lista de defeitos e disparou: ”Fora que ele nem malha, né.. Eu sou malhadora
compulsiva! Ele nem vai a academia. O físico não tá nem lá essas coisas. Ah, não
sei. Não sei mesmo. Agora vou dar o troco legal”.
Foi um festival
de comentário imbecil. Sucessivamente. O gay parecia entender melhor do que
Freud os dilemas da loira. Ele dizia que o tal do Ronaldo era i-d-ê-n-t-i-c-o. Sabe
o que é mais engraçado nisso tudo? Não são nem as pessoas, nem os papos. Sou
eu. O mais engraçado é que tudo isso parou de fazer sentido para mim. Cara, que
homem dá o “golpe do fantasma”, eu já sei há séculos. Não me surpreende mais
que isso aconteça. Muito pelo contrário. Me surpreende que não aconteça. Especialmente
quando estamos interessadas por eles. Talvez os danados tenham um radar. Uma vez
que eles notem que estamos super afim, eles acionam o radar com os seguintes
dizeres: “Essa tá na minha. Vou mandar na relação. Depois apareço. Agora, tenho
outras mais importantes para conquistar.”
Eu sei. Você
deve estar pensando: “Essa garota deve ser adepta dos joguinhos”. Não. Eu não sou
adepta de joguinhos. Aliás, eu não ando sendo adepta de nada. Toda essa
problemática feminina, parou de fazer sentido para mim. Se liga, se não liga,
se responde mensagem, se não responde, se retorna a ligação, se não retorna.
Fala sério. Isso tudo é de uma pobreza alagoana. Curioso que esses dilemas, tão
presentes na minha vida, tenham parado de me atormentar. Agradeço, por um lado,
e me espanto, por outro. Que porra de mulher eu virei? Talvez a convivência com
os homens, tenha me feito virar um. Pelo menos, cerebralmente falando. Eu to tão
simples, direta e sincera. Sem dramas, sem dilemas, sem ataque de mulherzinha,
sem joguinho. Sem nada. Eu sou eu. E dane-se o que meu amigo gay opinar.
Chega uma
fase da vida, que a pessoa não tem mais saco para essa palhaçada emocional. Se
um cara que eu to saindo, some 2 semanas e volta com a mirabolante: “Oi, eu
tava caçando ostra na praia vermelha, foi mal.” Eu controlo a vontade de dizer:
“Ah sim, imaginei que fosse isso, querido! Caçou muitas ostras? Que delícia de
passeio!” Mas muitas vezes, eu simplesmente não respondo nada. Não porque eu
jogue, nem porque eu seja uma pessoa orgulhosa. Não se trata de orgulho, jogos
e soberba. Se trata de preguiça. Sim. Nutro profunda preguiça de levar o
dedinho na tela e produzir algum tipo de mensagem para aquele cidadão.
Provavelmente, porque a essas alturas, já tenha perdido um pouco do interesse.
Ou porque não tenha mais saco de fingir que acredito nessas desculpas enquanto
ele sai comigo e com mais 3. É tão artificial banhar a relação de hipocrisia. Acho cansativo.
Não que eu
ache errado ou critique o fato dos homens sumirem. Talvez eu até entenda.
(Socorro, virei homem mesmo). Todo mundo precisa de um “time”. O perigo desse
time é não saber dosá-lo. Eu confesso: Preciso de times. E, se eu fosse o
ficante daquela loira afetada, sem dúvidas, eu precisaria de muitos times pra
ouvir aqueles gritinhos agudos. Nada de errado nisso, tranquilo.
Quem gosta
de verdade, fica. Essa é a conclusão. Pode até sumir, mas sempre volta - quando
o que vocês tiverem construído for maior que a forca de algumas semanas, claro.
Para todos
que praticam o “Gasparzinho-life-style”: Cuidado. Uma hora você enlouquece uma
mulher, na outra, você vira uma mulher enlouquecida. Fica a dica.
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